Passamos muito
tempo escutando absurdos tais como: políticos que representam o povo recebendo
14º, 15º e até 16º salário. Auxílio moradia, paletó, combustível, passagens
aéreas e telefone. Enriquecimento ilícito devido a falcatruas, corrupção de
todos os portes e por aí a fora.
Vereadores na maior gastança. Assessor
para isso, para aquilo; cursos que não levam a coisa alguma pois o que vemos é
sempre o mesmo discurso, a mesma postura. A vereança se torna uma profissão ao
invés de representação. O vereador exerce o cargo de vereança que lhe é
outorgado pelo povo para, de acordo com o Dicionário “vigiar sobre a boa
política da terra, reger e cuidar do bem público”. Pelo que observamos, isso é
o que menos acontece.
Sabemos que a
Câmara Municipal é “um poder democraticamente instituído para atuar em
representação da sociedade na produção de leis, no exercício do controle
externo da administração pública local, no julgamento das contas do prefeito e
na deliberação das políticas públicas a serem instaladas no município.” Os
vereadores são agentes de transformação e não tem ninguém melhor do que eles
para saber as reais necessidades do município. Só que o que vemos é sempre:
atitudes de assistencialismo, protecionismo, cabide de emprego, indulgência aos
claramente “a favor”, aos que não opõe oposição; clemencia aos coligados;
exploração eleitoral. As pessoas continuam a serem vistas como possíveis
eleitores e não como cidadãos.
Cidadãos, ou
seja, exercício da cidadania. A presidenta Dilma em seu discurso sobre as
manifestações declarou várias vezes que “as vozes da rua precisam ser ouvidas.
As vozes das ruas querem mais cidadania, mais saúde, mais educação, mais
transportes, mais oportunidades”. Como querem mais cidadania? Cidadania é
cidadania. Não existe mais nem menos. Se considerarmos mais cidadania, estaremos
falando de privilégios. Ninguém quer mais privilégios pois assim estaríamos
tratando de desigualdade. Isso já temos . Uma grande parte da população
totalmente carente e outra pequena parte gozando de todas as benesses. Queremos
cidadania na sua plenitude. Aquilo que temos por direito. Saúde na sua
plenitude. Educação na sua plenitude. Oportunidades
na sua plenitude.
Outro item que
está repercutindo muito nas manifestações é a violência. Esses atos devem ser coibidos.
Não vamos rebater a violência que o sistema sempre nos impingiu como morte nas
filas dos hospitais, tratamento desumano na espera pelo atendimento, escolas
sem as menores condições de funcionamento, corrupção; chacota de políticos
quando pegos com a “mão no jarro” ou “a boca na botija” e, por aí a fora. Depredação:
NÃO. Vandalismo: NÃO. Desrespeito: NÃO.
“Ô, Ô, Ô o
gigante acordou, o gigante acordou.”
Que Deus abençoe a nossa juventude que clama
por justiça, transparência e acima de tudo: pela cidadania plena a todos nós, povo brasileiro.
Margarida Miranda Corrêa