quarta-feira, 2 de abril de 2014

GUARATUBA SEMINAL


                                           O semen de Guaratuba está lá em Portugal, mais precisamente em Lisboa quando esta foi violentamente sacudida, em 1º de novembro de 1755, por um terremoto considerado até agora a maior catástrofe natural europeia devidamente registrada.

O Rei José I e sua família escaparam da tragédia por estarem fora da cidade. O primeiro-ministro Sebastião José de Carvalho e Melo chamou a responsabilidade da reconstrução da cidade para si. Mais conhecido por seu título de nobreza - Marques de Pombal - comandou esforços a começar pela determinação em mostrar a mão forte do Estado. Nesta época a economia portuguesa vivia uma fase de depressão: entre 1750 e 1770.

O Brasil, a mais rica de suas colônias foi o seu alvo. Suas ideias sempre estavam voltadas para o domínio, poder, ocupação, defesa (contra a ocupação espanhola e com as minas de ouro da Serra do Mar) e soberania no território assim como o simbolismo da representatividade e do poder público.

     Partindo deste princípio, foram fundadas várias vilas no litoral do Brasil mais ou menos 60 dentro de um padrão quase militarista, onde o arranjo das casas em fileiras sem delimitação dos lotes em torno de uma praça retangular evoca práticas de aquartelamento, com uma Igreja como construção dominante .

     Temos os primórdios da “Vila de Guaratuba” na planta que consta em uma folha das Cartas Corográficas e Hidrográficas de Toda a Costa e Portos da Capitania de São Paulo, onde aparecem as construções em torno de uma praça retangular, tendo como objetivo específico abrigar as povoações dispersas tornando-as populações civis, ou seja, uma vila sob o domínio português. A nossa baía considerada como uma miniatura da baía do Rio de Janeiro segundo o viajante francês, naturalista e historiador Auguste Saint-Hilaire, ganha destaque na época da fundação por se adequar como porto de comércio abrigado dos ventos e voltado para o sol, fator pertinente para a “saúde dos povos”.

              Devido as condições de isolamento e sem recursos, a população era totalmente dependente daquilo que lhes era fornecido pelo governo tais como: ferramenta e utensílios para as construções da moradias e até o alimento: “farinha para comerem enquanto não produzem lavouras”. Eis aí Guaratuba: na época, apenas um embrião.

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