quarta-feira, 11 de novembro de 2015

São Francisco de Assis e o Natal

     "Oh! o Natal! Oh! o Natal!" Pronunciando essas palavras a alma de Francisco ficou profundamente comovida. "Essa é a festa das festas, dia de alegria e de regozijo porque um Menino muito amado e muito santo nos foi dado, nasceu por nós, no caminho, e foi posto em um presépio, pois não havia lugar para ele na hospedaria."
   "Gostaria de celebrar o Nascimento do Senhor de uma forma especialíssima .  Por isso, Irmão João vai preparar para mim, naquela gruta grande, ali em frente, um presépio verdadeiro, igual ao presépio em que comem vacas e cavalos. Leva para lá, um boi e um asno, para termos a impressão exata de como aconteceram as coisas  na gruta de Belém. Anuncia esse acontecimento aos habitantes de Grecio e convoca-os solenemente para a noite feliz."
     Chegou o grande dia. Todos os irmãos dos eremitérios circunvizinhos de Grécio estavam na gruta. A alegria que reinava entre eles era inexplicável. Francisco não parecia cidadão deste mundo.
     "Deus virá esta noite, arrancará as raízes do egoismo e as sepultará nas profundidades do mar. Deus virá esta noite e nos indicará os caminhos, e nós avançaremos por suas sendas. O Senhor está para chegar com resplendor e poder. Virá com a bandeira da Paz e nos infundirá Vida Eterna. Já está chegando."
     Caíra a noite. Poucas horas depois os Irmãos contemplavam, na gruta, um espetáculo nunca visto. A montanha estava em chamas. Os habitantes de Grécio, homens, mulheres e crianças, empunhando tochas desciam a montanha, entre cânticos de alegria.          
     Tinham preparado na entrada da gruta um enorme presépio com feno e palha. De um lado, em pé, um burrinho comia o tempo todo. De outro lado, um boi não menos manso. Junto ao presépio, de pé, repleto de consolação e felicidade, o Pobre de Assis esperava o começo da liturgia. A Missa começou. Quando chegou o momento, anunciou, com voz sonora, a "boa nova" do Nascimento do Senhor. Fechou o missal. Saiu do altar. Aproximou-se do povo. Começou a falar. O Irmão ficou completamente sereno, começou a dirigir a palavra a alguém que, supostamente encontrava-se em cima do presépio, como se não existisse ninguém mais no mundo. Inclinava-se para o presépio, como se fosse  beijar alguém ou tomá-lo nos braços, como se fizesse as carícias que as mães fazem para com seus filhinhos.
     Foi uma noite, inesquecível. Todos os habitantes de Grecio tiveram a impressão de que sua gruta tinha sido transformada numa nova Belém, e contavam milagres."        
     Era o ano de 1223. Feliz Natal a todos.
      (Texto pesquisado  no Livro O Irmão de Assis do autor Inácio Larrañaga)
                                                                         Margarida Miranda Correa

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