sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Uma homenagem ao Meu Pai - MEU HEROI

   
     Ele era maravilhoso.
     Lembro dele. construindo a nossa casa em Paranaguá. Mais especificamente tarrafando-a, ou seja, tapando as frestas que ficavam entre uma tábua e outra. Lembro da "baianas" que ele trazia para casa. Eram recortadas em madeira para serem pintadas e vendidas para ornamentação dos bujões de gás. Coisas que na época era propriedade só de pessoas ricas. Lembro também dos espaços demarcados no quintal para as toras de madeira que eram vendidas por metro cúbico para se transformarem em lenha para os fogões e fornos. Mercadoria muito consumida na época.
     Ele era muito engenhoso também. Gostava de inventar "aparelhos" que de uma forma ou de outra tivessem alguma utilidade. Um desses aparelhos foi uma engenhoca para retirar molusco, mais especificamente bacucu do fundo do rio. Consistia em uma espécie de pegador de macarrão gigante. Fomos com ele para testar o bendito aparelho. Pense na euforia.
    Em uma outra situação, lembro dele ao lado de minha cama a noite. Eu não conseguia dormir por causa de zumbido nos ouvidos, e ficava com medo do escuro. E, adivinha quem vinha me ninar: o "Seu" Luiz.
     Outro episódio era usar a sua bicicleta. Ele vinha para o almoço e, enquanto descansava, a gente se "acabava" com a sua bicicleta na rua em frente da nossa casa. Carro por lá era coisa rara.
      As festas de Nossa Senhora do Pilar, "eita" lá íamos nós. Na época, pessoas colocavam bancos na carroceria dos caminhões e toldo. Funcionava como os ônibus de excursão de hoje. "Oi nóis lá em cima!" A festa de Nossa Senhora do Rocio era um tormento pois tudo nós queríamos. Mas mesmo assim todos os dias nós estávamos lá nas novenas.
     Aqui em Guaratuba, já mais para a adolescência, eram os passeios. Domingo a tarde era infalível. Continuávamos indo para Antonina já agora com mais conforto. Festa do Rocio. Passeio em Morretes. Ele não hesitava em parar na beira da estrada para comprar aquilo que nos interessava ou colher goiaba.
     Depois da erosão (setembro de 1968) muita coisa mudou, pois perdemos parte da casa e das mercadorias do Armazém. Sem falar no estado psicológico que passou a imperar a partir daí. O medo de morar praticamente a beira da cratera que se formou. Foram anos e anos de muita insegurança e ansiedade. Mas mesmo assim, ele nunca perdeu a alegria de viver. Ele sempre foi muito calmo, sereno, afetivo, pacífico, compreensivo e altruísta.
     Sua felicidade era ver a nossa felicidade. Não teve estudo nenhum. Aprendeu a assinar o nome no exército. mas era inteligentíssimo. Contas, porcentagens, cálculo era com ele mesmo.
     Fez de tudo para que estudássemos. E estudamos graças a Deus. Tínhamos escrivaninha, máquina de escrever, enciclopédias livros e todo o material que precisássemos.
     Ele conseguia extrair prazer nos pequenos momentos da rotina diária. Um sorriso, um abraço, uma palavra amiga, um breve diálogo, O seu sorriso era contagiante.
     Ele foi para junto de Deus em 1993.
     Traçando uma linha do tempo na eternidade, (Nossa, que pretensão),  observo que os setenta anos  vividos pelo meu pai foi o mínimo do mínimo de um pontinho nesta linha. Afinal setenta anos em milhões!  Mas concluo que ele tinha uma missão muito importante: nos propiciar felicidade.
     Por isso DEUS eu te agradeço pelo pai maravilhoso que nos destes. Através do qual  também conquistamos um espacinho - não sei de quanto tempo - nesta infinita linha do tempo que é a eternidade mas, que, de alguma maneira é um espaço que VÓS nos atribui para cumprir alguma missão em VOSSO nome. Obrigado PAI ETERNO, Obrigado pai Luiz. Que Deus o ilumine na sua glória. FELIZ DIA DOS PAIS.          
         
              

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