terça-feira, 5 de junho de 2012
A ÚLTIMA FOLHA VERDE DO PLANETA
O solo árido ainda que reclame
Não se movimenta e bem pouco respira
Deixa-se abrasar pelo sol infame
Que lhe arranca os frágeis sinais de vida!
Neste chão, agora, andam a rolar pérolas
E diamantes reluzentes... todos espalhados
Sem nenhum valor, sem nenhum feitiço.
Podem mesmo aos porcos serem dados.
Ouro e prata no planeta se amontoam...
Ou apenas jazem sob os pés
Dos homens ávidos de terra férteil
Como a Terra Prometida a Moisés!
O ar infecto fecha-se e se condensa
Do pó suspenso numa cortina escura
Mas um vento inesperado afasta esta cortina
E alí transcende o Senhor das alturas.
A humanidade sequiosa, acode
E ouve ainda mais sobre a triste nova
Diz o Senhor: de uma frágil folha ao vento:
"Eis aí, todo o verde que te resta agora!"
A folha bailando, vai ao chão e o Senhor se eleva...
Fecha-se a cortina de fumaça espessa
E os homens vergam-se à destruição completa!
E choram pela última folha verde do planeta.
ARLETE PEREIRA DO NASCIMENTO
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