Entende-se como portal uma passagem que leva a uma outra situação como por exemplo: na pré-história o homem primitivo usava as cavernas como portais para a comunicação com o sobrenatural, ou seja, ritual para uma caça abundante, ritual para cultuar seus deuses, para reverenciar seus mortos e outros rituais mais. Nossos corações são portais para a nossa comunicação com Deus. Ou então, entende-se como portal como uma entrada principal.
Dentro deste conceito, vamos ao Portal da Festa do Divino.
Este sempre foi um dos itens na programação da festa do Divino principalmente quando houve a expansão da festa, a trinta anos atrás.
Já tivemos portais de madeirite recortado formando a Igreja Centenária. Já tivemos o símbolo do Divino recortado, pintado, esculpido de diversas maneiras dependendo do logotipo da festa. Já tivemos portais de lona retratando o entardecer na baía e o seu reaproveitamento no ano posterior, incluindo-se apenas a atualização do lema e o ano de realização. Já tivemos portais retratando fotos ampliadas de festeiros dando as boas vindas aos visitantes; fotos ampliadas homenagendo os foliões, enfim um esmero nos portais a cada ano que passa. Sempre, verdadeiros artistas se sobressaíram principalmente na época do madeirite onde havia a pintura retratando aquilo a que se queria reverenciar.
Este ano tivemos a a mídia presente em um portal tecnológico que iluminou a avenida principal sentido praia. Difundiu a mensagem de apoio e patrocínio das empresas ligadas a festa de uma maneira exuberante, criativa e ampliada o que antes ocorria através de baneres e faixas.
Dentre as várias inovações que ocorreram neste ano tais como: inclusão das comunidades nas atividades dentro da união paroquial; mudança no comando no concurso de cinderela; inclusão de máquinas tecnológicas no comando dos caixas entre outras, o Portal de Led's teve um brilho a mais. Parabéns aos organizadores da Festa do Divino. Realmente o esmero compensou: a Festa estava uma jóia.
De alguma maneira estes portais sempre deram passagem para se cultuar o Divino Espírito Santo e a Santíssima Trindade de maneira intensa e fervorosa pelos fiéis que o transpuseram para os reverenciar nas novenas, procissões e missas durante todos esses anos. Também para aqueles que vão simplesmente confraternizar nos espaços de alimentação e para aqueles que comparecem somente mais tarde para usufruir dos shows e das apresentações.
Na verdade, toda a programação que compõem a festa se torna uma forma de benção dos Homenageados aos seus fiéis, devotos, visitantes ou simplesmente curiosos que dela participam desde que seja feito com respeito, carinho e alegria. Enfim uma graça recebida por nossa cidade a cada festa realizada.
Que a luz do Divino nos ilumine.
terça-feira, 31 de julho de 2012
ORIGENS DA FESTA DO DIVINO
Analisamos os três aspectos:
1- LENDA DO DIVINO ESPÍRITO SANTO - um velho pescador viu-se alta madrugada sem rumo, envolto pela cerração marítima. Remava na esperança de atingir a terra firme, mas esta parecia fugir, a medida que avançava para o mar alto. No seu desespero, rogou ao Divino Espírito Santo que o guiasse. Surpreso, avistou ao longe um sinal luminoso. Cansado, tratou de seguir a direção da luz.
Com o alvorecer, pode distinguir alguns rochedos e com mais algumas remadas, sua embarcação já roçava em baixios de areia. A pouca distância viu uma caixa. Ao tocar o fecho um tanto oxidado pelo sal do mar; veio a surpresa: uma pomba dourada - simbolo do Divino Espírito Santo.
Ao correr os olhos pelo ambiente, percebeu que já haviam passados oito dias. Observou então que se achava nas proximidades da Vila de Guaratuba, a muitas milhas de afastamento de seu rancho praiano. Rumou então para a vila onde já circulava a notícia do miraculoso achado.
"Era preciso, diziam, lavá-lo em águas sem impurezas" o que foi feito na fonte do Itororó, hoje fonte da Santa.
2- A Festa do Divino, - cronistas e historiadores religiosos destacam o ano de 1336 como sendo o ano em que o culto popular do Divino Espírito Santo foi introduzido no ano liturgico da Igreja por iniciativa da Rainha Isabel, com o patrocínio do Rei Dinis, reis católicos da União Ibérica - Portugal e Espanha.
A origem da Festa de Pentecostes, chamada popularmente de Festa do Divino, como se conhece hoje, vem de Portugal no séc. XIV com uma celebração estabelecida pela Rainha Isabel (1271-1326) canonizada com o nome de Santa Isabel - Rainha de Portugal conhecida pela sua extrema caridade, quando mandou construir uma igreja dedicada ao Espírito Santo na cidade de Alencar. Para a inauguração dessa Igreja, toda a Corte foi convidada e as ruas se enfeitaram para receber o cortejo real. A devoção se difundiu rapídamente e tornou-se uma das mais populares de Portugal.
Essa festa chegou ao Brasil com os primeiros povoadores portugueses e por seus folguedos se espalhou com facilidade por todas as regiões brasileiras.
3- Ação Apostólica da Igreja - A presença do Espírito Santo é notada desde o memorável dia que era o primeiro da semana em que o Cristo ressuscitado, pondo-se no meio do grupo dos Apóstolos, soprou sobre eles dizendo-lhes: "Recebei o Espírito Santo, aqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; aqueles a quem retiverdes, ser-lhes-ão retidos."(Jo. 20 - 22.23)
Na Bíblia Sagrada encontramos mais de uma centena de referências e relatos que atentam a presença e a ação do Espírito Santo na história da salvação, sendo que o maior número encontramos no Novo Testamento.
Desde os primórdios da Igreja, a ação do Espírito Santo tem sido notada na doutrina, nas obras de caridade e na vida do cristão consciente de suas responsabilidades de fé.
As formas adotadas para homenagear a terceira pessoa da Santíssima Trindade são muitas. Mas o que mais chama a atenção e comove é a devoção popular à Bandeira do Divino.
1- LENDA DO DIVINO ESPÍRITO SANTO - um velho pescador viu-se alta madrugada sem rumo, envolto pela cerração marítima. Remava na esperança de atingir a terra firme, mas esta parecia fugir, a medida que avançava para o mar alto. No seu desespero, rogou ao Divino Espírito Santo que o guiasse. Surpreso, avistou ao longe um sinal luminoso. Cansado, tratou de seguir a direção da luz.
Com o alvorecer, pode distinguir alguns rochedos e com mais algumas remadas, sua embarcação já roçava em baixios de areia. A pouca distância viu uma caixa. Ao tocar o fecho um tanto oxidado pelo sal do mar; veio a surpresa: uma pomba dourada - simbolo do Divino Espírito Santo.
Ao correr os olhos pelo ambiente, percebeu que já haviam passados oito dias. Observou então que se achava nas proximidades da Vila de Guaratuba, a muitas milhas de afastamento de seu rancho praiano. Rumou então para a vila onde já circulava a notícia do miraculoso achado.
"Era preciso, diziam, lavá-lo em águas sem impurezas" o que foi feito na fonte do Itororó, hoje fonte da Santa.
2- A Festa do Divino, - cronistas e historiadores religiosos destacam o ano de 1336 como sendo o ano em que o culto popular do Divino Espírito Santo foi introduzido no ano liturgico da Igreja por iniciativa da Rainha Isabel, com o patrocínio do Rei Dinis, reis católicos da União Ibérica - Portugal e Espanha.
A origem da Festa de Pentecostes, chamada popularmente de Festa do Divino, como se conhece hoje, vem de Portugal no séc. XIV com uma celebração estabelecida pela Rainha Isabel (1271-1326) canonizada com o nome de Santa Isabel - Rainha de Portugal conhecida pela sua extrema caridade, quando mandou construir uma igreja dedicada ao Espírito Santo na cidade de Alencar. Para a inauguração dessa Igreja, toda a Corte foi convidada e as ruas se enfeitaram para receber o cortejo real. A devoção se difundiu rapídamente e tornou-se uma das mais populares de Portugal.
Essa festa chegou ao Brasil com os primeiros povoadores portugueses e por seus folguedos se espalhou com facilidade por todas as regiões brasileiras.
3- Ação Apostólica da Igreja - A presença do Espírito Santo é notada desde o memorável dia que era o primeiro da semana em que o Cristo ressuscitado, pondo-se no meio do grupo dos Apóstolos, soprou sobre eles dizendo-lhes: "Recebei o Espírito Santo, aqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; aqueles a quem retiverdes, ser-lhes-ão retidos."(Jo. 20 - 22.23)
Na Bíblia Sagrada encontramos mais de uma centena de referências e relatos que atentam a presença e a ação do Espírito Santo na história da salvação, sendo que o maior número encontramos no Novo Testamento.
Desde os primórdios da Igreja, a ação do Espírito Santo tem sido notada na doutrina, nas obras de caridade e na vida do cristão consciente de suas responsabilidades de fé.
As formas adotadas para homenagear a terceira pessoa da Santíssima Trindade são muitas. Mas o que mais chama a atenção e comove é a devoção popular à Bandeira do Divino.
segunda-feira, 30 de julho de 2012
FESTA DO DIVINO 2006 - realização: 14 a 23 de julho.
No ano de 2006, os festeiros: Margarida e Henrique organizaram um projeto para a elaboração da festa uma vez que todo festeiro quando recebe a incumbência treme nas bases e, mesmo tendo vivenciado a concretude do evento, quando chega a sua vez a primeira pergunta é: Por onde que nós começamos? E esse foi o nosso impasse: por onde começar? Como envolver os ex-casais festeiros? Enfim, dar o primeiro passo. A arrancada para a elaboração do evento.
Elaborar um projeto foi o passo inicial. Com ele embaixo do braço, visitamos todos os ex-casais festeiros e na reunião, pedimos que já se organizassem para se integrar na atividade onde melhor se identificassem e que gostariam de comandar.
No final tudo muda mais valeu a arrancada O dito projeto se desenvolveu da seguinte maneira:
PROJETO - ORGANIZAÇÃO E REALIZAÇÃO DA FESTA DO DIVINO 2006
"O ESPÍRITO SANTO - FONTE DA COMUNIDADE"
APRESENTAÇÃO - Evento considerado como uma das maiores festas popular/religiosa do sul do país. A "Festa do Divino Espirito Santo e da Santíssima Trindade" é um acontecimento que se realiza na cidade de Guaratuba-Pr. e tem a duração de dez dias entremeados no mês de julho, sendo a sua data determinada pelo Calendário Escolar em observação às férias. Com programação intensa, a festa é organizada pelo Casal Festeiro Mor com apoio total da Paróquia, comunidade, Governo do Estado, Prefeitura Municipal, trabalho voluntáriado e inúmeros colaboradores.
OBJETIVO GERAL: - tendo em vista o envolvimento espiritual como base sólida de todo o evento, consideramos os três aspectos:
Religiosidade - resgate da fé através da conscientização de que a Festa do Divino por ser um louvor e celebração popular é manifestação de Nosso Pai através do Divino Espírito Santo;
Financeiro - arrecadação de fundos para a continuidade da construção da Igreja Matriz;
Cultural - manifestação da tradição e dos costumes da comunidade.
JUSTIFICATIVA DA META FINANCEIRA - Guaratuba - possui a Igreja Matriz construída em 1768 e tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional. Essa casa de orações passou a não mais comportar a população crescente de nossa cidade e viu-se necessário transformar o Salão Paroquial numa Igreja que, por sua vez também não supriu as necessidades de acolher tanto a comunidade guaratubana como nossos visitantes nas temporadas pois sua capacidade era para apenas duzentas pessoas sentadas.
Com capacidade para oitocentas pessoas, a nova Igreja Matriz está sendo construída em dois pavimentos, onde no pavimento inferior será elaborado o salão de catequese, reuniões, cozinha, banheiros etc. e na parte superior a casa de orações. No momento, como os recursos estão parcos, a prioridade está na manutenção devido a infiltrações, umidade, apodrecimento de madeirames e outros problemas que surgem com o decorrer do tempo.
FORMATO - Em um amplo espaço histórico da cidade, centrado pela Igreja Centenária, a festa reúne milhares de pessoas de diversas cidades motivadas pela programação religiosa e festiva com shows, bingos, barracas típicas, e de entretenimento dando ênfase aos valores locais.
Este evento é considerado um símbolo de fé e momento de união da comunidade, visitantes e turistas numa mistura de religiosidade, responsabilidade, lazer e descontração. Podemos considerar também como uma tentativa de resgatar esta cultura que vem se mantendo a mais de trezentos anos.
CONCLUSÃO - os dez dias de festa são inebriantes e as atividades correm com o comprometimento da sociedade guaratubana. A força deste movimento espiritual, religioso, folclórico, cultural, e tradicional que é a festa do Divino Espírito Santo e da Santíssima Trindade transforma a cidade numa grande família imbuida na união pela fé e amor ao Divino Espírito Santo; no esforço em atingir a meta financeira proposta que é a construção da Igreja Matriz e na preservação da tradição que é a fonte de sabedoria e poder na sociedade.
Hoje, depois do término da festa de 2012, analisando e comparando os eventos, observo que muita coisa mudou no planejamento e na concretização da festa. Que bom que foi sempre para melhor. A estrutura foi terceirizada em troca do aluguel dos espaços inerentes a festa, ou seja, se entra na festa sem dívida o que não ocorria antes. Outro fator que considero crucial foi o envolvimento das comunidades paroquiais, cada qual conciente de que fazemos parte de um todo que é a Paróquia Nossa Senhora do Bom Sucesso, iluminados pela luz do Divino Espírito Santo e ainda cada qual fortalecida pelo Santo Padroeiro.
Elaborar um projeto foi o passo inicial. Com ele embaixo do braço, visitamos todos os ex-casais festeiros e na reunião, pedimos que já se organizassem para se integrar na atividade onde melhor se identificassem e que gostariam de comandar.
No final tudo muda mais valeu a arrancada O dito projeto se desenvolveu da seguinte maneira:
PROJETO - ORGANIZAÇÃO E REALIZAÇÃO DA FESTA DO DIVINO 2006
"O ESPÍRITO SANTO - FONTE DA COMUNIDADE"
APRESENTAÇÃO - Evento considerado como uma das maiores festas popular/religiosa do sul do país. A "Festa do Divino Espirito Santo e da Santíssima Trindade" é um acontecimento que se realiza na cidade de Guaratuba-Pr. e tem a duração de dez dias entremeados no mês de julho, sendo a sua data determinada pelo Calendário Escolar em observação às férias. Com programação intensa, a festa é organizada pelo Casal Festeiro Mor com apoio total da Paróquia, comunidade, Governo do Estado, Prefeitura Municipal, trabalho voluntáriado e inúmeros colaboradores.
OBJETIVO GERAL: - tendo em vista o envolvimento espiritual como base sólida de todo o evento, consideramos os três aspectos:
Religiosidade - resgate da fé através da conscientização de que a Festa do Divino por ser um louvor e celebração popular é manifestação de Nosso Pai através do Divino Espírito Santo;
Financeiro - arrecadação de fundos para a continuidade da construção da Igreja Matriz;
Cultural - manifestação da tradição e dos costumes da comunidade.
JUSTIFICATIVA DA META FINANCEIRA - Guaratuba - possui a Igreja Matriz construída em 1768 e tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional. Essa casa de orações passou a não mais comportar a população crescente de nossa cidade e viu-se necessário transformar o Salão Paroquial numa Igreja que, por sua vez também não supriu as necessidades de acolher tanto a comunidade guaratubana como nossos visitantes nas temporadas pois sua capacidade era para apenas duzentas pessoas sentadas.
Com capacidade para oitocentas pessoas, a nova Igreja Matriz está sendo construída em dois pavimentos, onde no pavimento inferior será elaborado o salão de catequese, reuniões, cozinha, banheiros etc. e na parte superior a casa de orações. No momento, como os recursos estão parcos, a prioridade está na manutenção devido a infiltrações, umidade, apodrecimento de madeirames e outros problemas que surgem com o decorrer do tempo.
FORMATO - Em um amplo espaço histórico da cidade, centrado pela Igreja Centenária, a festa reúne milhares de pessoas de diversas cidades motivadas pela programação religiosa e festiva com shows, bingos, barracas típicas, e de entretenimento dando ênfase aos valores locais.
Este evento é considerado um símbolo de fé e momento de união da comunidade, visitantes e turistas numa mistura de religiosidade, responsabilidade, lazer e descontração. Podemos considerar também como uma tentativa de resgatar esta cultura que vem se mantendo a mais de trezentos anos.
CONCLUSÃO - os dez dias de festa são inebriantes e as atividades correm com o comprometimento da sociedade guaratubana. A força deste movimento espiritual, religioso, folclórico, cultural, e tradicional que é a festa do Divino Espírito Santo e da Santíssima Trindade transforma a cidade numa grande família imbuida na união pela fé e amor ao Divino Espírito Santo; no esforço em atingir a meta financeira proposta que é a construção da Igreja Matriz e na preservação da tradição que é a fonte de sabedoria e poder na sociedade.
Hoje, depois do término da festa de 2012, analisando e comparando os eventos, observo que muita coisa mudou no planejamento e na concretização da festa. Que bom que foi sempre para melhor. A estrutura foi terceirizada em troca do aluguel dos espaços inerentes a festa, ou seja, se entra na festa sem dívida o que não ocorria antes. Outro fator que considero crucial foi o envolvimento das comunidades paroquiais, cada qual conciente de que fazemos parte de um todo que é a Paróquia Nossa Senhora do Bom Sucesso, iluminados pela luz do Divino Espírito Santo e ainda cada qual fortalecida pelo Santo Padroeiro.
"ILUMINADOS PELA FÉ,."..FESTA DO DIVINO 2012
O título desta crônica é para nós o
tema da Festa do Divino 2012.
A FÉ sempre foi o fator crucial dos
devotos do Divino que em comunhão na crença, fortalecem a comunidade e praticam
a solidariedade desde os primórdios de nossa história. Também, foi esta FÉ que sempre povoou a mente
de todas as pessoas onde, de uma maneira ou de outra fizeram os seus pedidos a
fim serem atendidos nas suas necessidades e carências. Outrora, a festa era um acontecimento diminuto socialmente e financeiramente mas, fervilhava de espiritualidade e FÉ, uma vez que os Devotos do Divino a esperavam ansiosamente.
Inicialmente a expectativa estava na visita dos foliões do Divino. O trabalho pesado e imprescindível era colocado de lado, não importando o que quer que estivesse sendo feito: plantio, manutenção ou colheita na roça que podia ser de mandioca, milho, arroz ou outro produto produzido em nossos sítios; ou trabalho nas “casas de farinha” ou até mesmo uma derrubada de mata para a criação de uma nova roça; todo o trabalho era interrompido quando se ouvia o toque do tambor anunciando a chegada das Bandeiras e convidando para a festa.
Eram momentos de muita devoção e louvor e até de certa antecipação da festa. Os sitiantes providenciavam comidas e bebidas para os foliões que eram recebidos com muita alegria. Eles eram convidados para pernoitarem nas residências em uma solenidade onde pedidos novos eram feitos com a colocação de papéis escritos costurados ou fixados com “pregadeiras” - espécie de alfinete de segurança muito utilizado antigamente no vestuário - e as do ano anterior eram pagas com fitas e fotos que eram colocadas nas Bandeiras. O agradecimento às benesses recebidas tanto em forma de saúde: uma boa gestação, uma boa hora no parto que geralmente era realizado por parteiras, a cura de um mal que podia ser uma dor ou uma machucadura, as doenças infantis, que era comum se agravarem em uma época de difícil vacinação; febres, enfim, todas as “feridas do corpo”. Bem como as “feridas da alma” tais como as tristezas, aflições, angustias, “pensamento mal”, as contrariedades e as agonias tanto física como mental e espiritual.
Também as atividades e as necessidades do dia-a-dia eram motivos de pedidos ao Divino: falta de chuva, seca que eram perigos constantes para que as plantações vingassem e para que a colheita fosse boa; medo que as “queimadas”, muito utilizadas para a limpeza da terra para o plantio – “coivara” como chamavam - se expandissem com o vento e queimassem as moradias pois muitas eram cobertas de palha.
Antigamente havia mais concentração de população nos sítios e mais dificuldade de acesso, tornando os lugares ermos. A comunicação se dava apenas pela baía em canoas a remo ou a vela que navegavam para a “vila” para a venda e compra do que se fazia necessário: remédios; artefatos de trabalho tais como ferramentas, arame farpado, velas para iluminação, querosene, sabão, tecidos para roupas e outros quesitos mais.
Tudo era de muita penúria e carência fazendo com que a devoção e a FÉ ao Divino, acalentasse a todos e os alegrasse, dando paz as suas almas.
Socialmente havia muita solidariedade, pode-se dizer. Praticava-se a troca e o mutirão que é a disponibilidade das pessoas no trabalho de grande porte que exige muita mão de obra, como no caso de uma grande roçada, grande derrubada de mata, construção de uma “casa de farinha” ou mesmo para a produção em “grande escala” de farinha de mandioca; alimento básico da população caiçara na época. Esse trabalho era gratuito, mas fortalecia um vínculo de amizade, união e parceria.
Quando chegava a época da festa então... ai sim era devoção e diversão. Devoção manifestada nas novenas que na realidade eram terços com ladainhas e cânticos variados.
A missa acontecia no domingo da festa quando o Padre que vinha de Paranaguá a realizava, às dez horas com muitos batizados e casamentos. E a procissão era o ponto alto onde a romaria acontecia em um ato de louvor e adoração ao Divino Espírito Santo. Tudo com muito respeito e muita fé.
A diversão acontecia nos festejos onde havia principalmente os leilões com diversos produtos doados pelos fiéis. Desde cachos de banana, sacos de farinha, galinhas, gansos, patos, porcos e bolos. E a noite: os bailes. Dançava-se a noite toda nos salões próximos a Igreja. Havia também o “Salão da Cepa” – uma antiga fábrica de tamancos onde, na época da festa se improvisava um salão de baile e aí o “arrasta pé”, o “limpa banco” acontecia ao som das sanfonas e outros instrumentos da época.
Por isso tudo, o nosso saudoso Leôncio Jaques cantava nas ruas da cidade: “Oi vai haver uma festa muito grande...” nos demonstrando hoje que realmente a festa tem que ser grande. Grande em espiritualidade, grande na união da nossa comunidade paroquial, grande na paz em nosso município, grande na prática da solidariedade, grande no zelo pelas nossas crianças e jovens e principalmente; grande na missão de sermos verdadeiramente cristãos.
CIDADE ABENÇOADA PELO DIVINO ESPÍRITO SANTO
Não podemos negar, somos premiados com
itens com os quais a natureza nos presenteou: morros estratégicos, uma baía
formosa pontilhada por ilhas, mangues e vegetação característica que por sua
vez, servem de “habitat” para uma profusão de tipos de vida tanto aquáticas,
aéreas como terrestres que enriquecem todo este cenário.
E, em uma visão mais aproximada e urbana, não
poderíamos deixar de enaltecer uma joia que possuímos que é a nossa avenida
principal.
Vejo-a no futuro
como uma grande passarela natural onde transitam livremente pessoas dos mais
variados recantos desfrutando de calçadas regulares, uniformes, engajadas no
respeito ao transeunte, quer sejam idosos ou aqueles com necessidades especiais
como cadeirantes e deficientes visuais; sem sofrerem nenhum tipo de desconforto
como o perigo de trombar com postes, canteiros ou placas de propaganda no meio
das calçadas.Os grandes momentos estão nos dois itens que são os nossos primores: uma praia com toda a sua orla formando uma imensa concha repuxada de um lado pelo Morro de Caieiras e do outro, o Morro do Cristo que com seu braço estendido, do alto, dá a benção a toda a sua gente. E uma baía com o esplendor do seu por do sol quase tirando o fôlego daquele que o contempla. Interligando estes dois pontos, está a avenida com toda a sua luminosidade, quer natural como artificial; transformada em um poderoso atrativo de fazer inveja a qualquer outro balneário.
Como já vimos, somos agraciados por belezas da natureza e também urbanísticas que podem até serem mais diversificadas, tais como: embelezamento e impulsividade comercial, cultural e entretenimento no centro histórico, mais centros de lazer a céu aberto para nossa nossa cidade.
Agora vamos ao nosso ponto social e religioso cuja essencia está ligada a historia do nosso município: A Festa do Divino. Provavelmente sua origem está na vizinhança com São Francisco do Sul, onde se festeja o Divino de maneira tradicional como em Açores. Com a Corte, Irmandade do Divino e outros rituais mais. Sabemos que não tivemos imigração açoriana mas a boa vizinhança com São Francisco se dá desde os primórdios, bem como impasses que surgiram devido a proximidade dos dois municípios. na delimitação da Vila de Guaratuba que inicialmente estava prevista para ser na barra do Rio Saí. Outro fator que nos liga é a posse de nossa primeira Câmara Municipal, bem como a doação de Santos para nossa Igreja como o nichio da imagem de Nossa Senhora do Bom Sucesso doada por uma família daquela cidade.
Também era costume de famílias guaratubanas se deslocarem a pé pela praia até São Francisco para o pagamento de promessas feitas a Nossa Senhora da Glória. Por tudo isso e por outros motivos mais, a ligação histórica dos dois municípios sempre foi muito intensa o que provavelmente resultou na implatação da Festa do Divino aqui em Guaratuba, claro que com características próprias.
Todo o ano, a grande expectativa está no mês de julho. Este ano, em especial caracteres de modernidade foram implementados dentro de sua logística tornando-a formosíssima. Um imponente e belíssimo Portal da Festa do Divino nos dimensionará o que teremos pela frente, de 6 a 15 de julho de 2012, enaltecendo assim o esmero do casal festeiro: Samir e Martinha.
A partir daí, a nossa cidade se transformará, com a conotação própria da festa. Com direito a praça de alimentação, área de lazer, atrações variadas, praça com seus atrativos, e as duas Igrejas maravilhosas cada qual com o seu potencial histórico: tanto a centenária como a sua arquitetura colonial como a Matriz que foi construída para suprir a necessidade de complementação de pasto espiritual.
O ápice do mês de julho está na Festa do Divino cuja tradição nos mostra a sua importância que se acentua na espiritualidade: uma população unida em um só objetivo que é louvar o DIVINO ESPÍRITO SANTO.
Que o DIVINO nos ilumine.
JULHO 2012 - FESTA DO DIVINO 2000
Já estamos no dia 30 de julho e... meu blog mudinho. Falta de Assunto? Nada! Falta de tempo. Sim o tempo flui e não sobra nem um "tantinho" para que que o acesso seja feito. Ufa! Agora sim chegou a hora do meu querido blog, viu Liliane! "Oi nóis" aqui!
Bem vamos nos deter na festa do Divino é claro. A nossa "praia" do inverno. Por que? Ora é ela que atrai turista, visitante; a "volta daqueles que foram" para rever a "famiage"e também os devotos e fiéis. Existe motivo melhor para vir à nossa cidade nesta época?
Este primeiro texto sobre a Festa do Divino remonta ao ano 2000 quando foi publicado na Folha de Guaratuba e mais tarde, em 2011 no Informativo da Igreja - A Voz da Paróquia. Então, vamos a ele:
A FESTA DO DIVINO
Mês de julho: as vezes chuva, neblina, noites estreladas. Lua cintilante em um céu limpido; bom tempo.
Sempre uma incógnita. Nunca se sabe como será o próximo. Este ano...frio...muito frio.Um vento cortante que penetra na alma e nos deixa tiritando de frio.
Mesmo assim, nada impede de que as pessoas passem os dez dias ao relento, festejando o ponto alto de nossa temporada de inverno: A FESTA DO DIVINO.
Com um histórico um tanto místico e dogmático que fala sobre um velho pescador, enrigecido em lutas e perigos, viu-se alta madrugada envolto em trevas pela queda brusca de forte cerração marítima. No seu desespero, rogou ao Divino Espírito Santo que o acudisse e o guiasse para terra firme. Surpreso distinguiu logo brilhando ao longe um sinal luminoso.
Cansado, tratou prontamente de seguir naquela direção e, após dias conseguiu a graça pedida onde encontrou uma caixa avermelhada com o fecho bastante oxidado pelo sol e pelo mar e, ao força-lo veio a surpresa: uma pomba dourada - simbolo do Divino Espírito Santo.
Rumou então para a Vila onde circulou a notícia do miraculoso achado. A partir daí, a Festa do Divino tornou-se um marco religioso. Em Guaratuba tomou características turísticas pois converteu-se em ponto alto de uma comemoração onde a cidade é visitada , enaltecida e divulgada.
O seu povo converge para a praça central num ápice de concentração, devoção e entretenimento uma vez que promoções não faltam para que todos se congratulem e formem uma grande família unida pelo Divino.
Bem vamos nos deter na festa do Divino é claro. A nossa "praia" do inverno. Por que? Ora é ela que atrai turista, visitante; a "volta daqueles que foram" para rever a "famiage"e também os devotos e fiéis. Existe motivo melhor para vir à nossa cidade nesta época?
Este primeiro texto sobre a Festa do Divino remonta ao ano 2000 quando foi publicado na Folha de Guaratuba e mais tarde, em 2011 no Informativo da Igreja - A Voz da Paróquia. Então, vamos a ele:
A FESTA DO DIVINO
Mês de julho: as vezes chuva, neblina, noites estreladas. Lua cintilante em um céu limpido; bom tempo.
Sempre uma incógnita. Nunca se sabe como será o próximo. Este ano...frio...muito frio.Um vento cortante que penetra na alma e nos deixa tiritando de frio.
Mesmo assim, nada impede de que as pessoas passem os dez dias ao relento, festejando o ponto alto de nossa temporada de inverno: A FESTA DO DIVINO.
Com um histórico um tanto místico e dogmático que fala sobre um velho pescador, enrigecido em lutas e perigos, viu-se alta madrugada envolto em trevas pela queda brusca de forte cerração marítima. No seu desespero, rogou ao Divino Espírito Santo que o acudisse e o guiasse para terra firme. Surpreso distinguiu logo brilhando ao longe um sinal luminoso.
Cansado, tratou prontamente de seguir naquela direção e, após dias conseguiu a graça pedida onde encontrou uma caixa avermelhada com o fecho bastante oxidado pelo sol e pelo mar e, ao força-lo veio a surpresa: uma pomba dourada - simbolo do Divino Espírito Santo.
Rumou então para a Vila onde circulou a notícia do miraculoso achado. A partir daí, a Festa do Divino tornou-se um marco religioso. Em Guaratuba tomou características turísticas pois converteu-se em ponto alto de uma comemoração onde a cidade é visitada , enaltecida e divulgada.
O seu povo converge para a praça central num ápice de concentração, devoção e entretenimento uma vez que promoções não faltam para que todos se congratulem e formem uma grande família unida pelo Divino.
Assinar:
Postagens (Atom)