Quando fui participar do Encontro de Educação Avançada em abril de 96, estava as vésperas de ser vovó.
Por coincidência, no alojamento em que eu fiquei, uma colega de Pérola do Oeste estava na mesma situação. Foi uma curtição. Fizemos listas de nomes, conversamos, divagamos pois a condição de vovó para nós era uma novidade.
Faxinal do Céu atuou literalmente como uma faxina em minha mente. Idéias novas, experiências trocadas com colegas de todo o Estado. As mais variadas situações do dia a dia de uma escola foram analisadas, discutidas e buscadas as melhores soluções para um melhor aproveitamento e conveniência.
Em um dos trabalhos foi-nos apresentada e comentada a poesia "Minha Infância" de Carlos Drummond de Andrade e a sugestão que fizéssemos algo em consonância. Da tentativa resultou:
Meu pai de bicicleta ia para a lida
Onde trabalhava como carpinteiro
Pedalava pela estrada poeirenta sem fundo
Passava pelo Oleoduto que temíamos
Porque sempre escutavamos que se explodisse
Seria o fim do mundo.
Munha mãe catava café nos armazéns
A remuneração era por quilo catado
Portanto, para que mais café rendesse
Eu ia junto para catá-lo também.
Eu e meus irmãos íamos
Para a escola na cidade
Pela linha de trem se equilibrando de esguelha
Outras crianças da Vila iam juntas
E catávamos amoras vermelhas
Ao longo do caminho.
Eu sempre soube que essa infância
Foi a mais bonita do mundo.
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