terça-feira, 4 de novembro de 2014

Sementes e vasos da vida

Uma semente para gerar a vida sempre esta depositada diretamente na terra ou em um vaso. Tanto a semente como o vaso são simbologias que aparecem na Bíblia como grande potencial de inovação e grandiosidade.  Em uma parábola, Jesus fala da semente de mostarda que sendo muito pequena, mesmo assim gera grandes arbustos que agasalham as aves do céu que nela vem fazer os seus ninhos. No meu entender, as sementes de mostarda somos nós, gerados da pequenez infinita de um óvulo, vamos nos tornar grandes com a missão de receber nossos irmãos agasalhando-os em suas necessidades e carencias.
 Somos também citados como vasos. Assim como Santo Agostinho ao relatar que Deus está em todas as coisas: "Não são, pois, os vasos cheios de Ti que te tornam estável porque, ainda que se quebrem, não te derramas; e quando te derramas sobre nós não és Tú que te abaixas  mas nós que somos elevados a Tí;" Assim na Bíblia está: "Deus derramou abundantemente o Espírito sobre nós por meio de Jesus Cristo nosso Salvador."(Tt 3,6).
Nesta simbologia estamos retratados em:
(Jr 18,1-6) - "Ali ele viu o oleiro trabalhando sobre as rodas, moldando o barro e fazendo dele um vaso novo. O vaso havia se estragado nas mãos mas em vez do oleiro jogar o vaso fora, fez dele um vaso novo."
(Is 64,8) - "Contudo, Senhor, Tú és o nosso Pai. Nós somos o barro; Tú és o oleiro. Todos nós somos obra das  Tuas mãos."
(Rm 9,20-21) - "Mas quem é você ó homem, para questionar a Deus? Por acaso o vaso de barro diz ao oleiro:  Por que você me fez assim? Por acaso o oleiro não é o dono da argila  para fazer com a mesma  massa dois vasos, um para uso nobre e outro para uso comum?"
(Pr 23,26) - "Verniz recobrindo a argila são os lábios que elogiam com má intenção."
(Jr 30,14) - "Ele o fará em pedaços como um vaso de barro, tão esmigalhado que entre os seus pedaços não se achará um caco que sirva para pegar brasas de uma lareira ou para tirar água da cisterna."
(2 Tm 2,21) - "Se alguém se purifica dessas coisas, será vaso para honra, santificado, útil para o Senhor e preparado para toda  boa obra."
(Mc 4,9) - (Mt 11,15) - (Mt 13,9 - 13,43) - "Quem tem ouvidos para ouvir, ouça."

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Faiscas de Natal - Apresentação do Senhor


 FAISCAS DE NATAL II – APRESENTAÇÃO DO SENHOR

                               

                        

      O Menino Jesus crescia e uma nova situação de adoração e profecia se realiza. Nova sim, pois anteriormente os pastores e os reis magos foram os grandes protagonistas de adoração e difusão que o Filho de Deus estava entre nós na pessoa de um recém nascido envolto em panos em uma manjedoura. Situação de muita humildade, mas ao mesmo tempo de grandiosidade e excelência pois o universo todo estava ali e acima de tudo, o projeto do Pai e da sua infinita bondade se concretizava.

      Cumprindo o que determinava a lei judaica da época, aos quarenta dias do nascimento de Jesus, José e Maria vão ao templo para o ritual de purificação da Mãe do Senhor e apresentação de Jesus. Desta vez, novos adoradores se manifestam nas pessoas de Simeão e da profetisa Ana, traçando toda uma trajetória que vai deixar o coração de Maria apertado quanto ao futuro de seu filho, mas a sua fé e a certeza da realização do projeto de Deus a conforta e ela se aquieta na sua emoção. A entrega e abnegação estavam ali.

      Simeão, homem profundamente religioso, a quem o Senhor prometera ver o Messias antes de morrer, reconhece-O no colo de Maria. Tomando o Menino nos braços, bendiz a Deus:”Agora Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar o teu servo partir em paz; porque meus olhos viram a tua salvação”. Mas faz a seguinte declaração a Maria: “Quanto a ti,uma espada te transpassará a alma”. Já profetizando a paixão de Cristo.

      Quanto a Ana, com a força das grandes mulheres de fé do Antigo Testamento, reconhece o Senhor e O louva, espalhando a melhor de todas as notícias.           

      Em harmonia com a lei judaica que denota a idéia de que a mulher que dá a luz fica impura, pureza que só vai ser recuperada através de ritos, Maria se submete a esta lei, ou seja, a lei da Purificação, levando a oferta dos pobres: dois pombinhos; demonstrando assim toda a humildade e a total ausência de privilégios mesmo se tratando da mãe de Deus. A magnanimidade e a candura estavam ali.

      A norma de apresentação ou consagração do recém-nascido ao Senhor era para lembrar aos hebreus o prodígio, acontecido em favor de seus pais, quando o anjo exterminador feriu de morte, em uma noite todos os primogênitos dos egípcios sem ferir os dos judeus. Foi a última das dez pragas que Deus enviou, devido a dureza do coração do Faraó, ao permanecer na decisão de não permitir a saída do povo judeu que estava no cativeiro no Egito.                 

          A festa de APRESENTAÇÃO DO SENHOR no templo (2/2), mostra-O como o Primogênito pertencente ao Senhor. Com Simeão e Ana, Jesus é conhecido como o Messias tão esperado. O Redentor prometido, o Ungido de Deus.

 

 

 

 

 

 

Magia de Natal


                  

Existem aqueles instantes mágicos que muitas vezes nem nos tocamos. Não temos a percepção de notar as fagulhas de luz caindo, o tilintar dos sininhos tocando, o farfalhar das asas batendo e o murmúrio suave ecoando. É a magia do Natal

Eles acontecem naturalmente; sem mesmo a gente esperar.

Um instante de ternura, de magnetismo. Para que isto seja possível, a convivência é fundamental. Uma convivência baseada no entrosamento, na confiança, no bem querer e na cumplicidade onde apenas um olhar é suficiente para o entendimento. Olha aí a magia do Natal!

O diálogo franco, a reciprocidade, o respeito cerrado, a lealdade marcada a ferro e o fio do bigode valendo como crédito de confiança nas situações mais conflitantes. Eu disse que o Natal é algo de bom!

Esses momentos mágicos acontecem muitas vezes com um filho, um neto, um amigo, companheiro, ou seja, aquela pessoa que está bem perto de nós e nos é muito especial. Ou no seio da família. Pra que ocasião mais especial que o Natal?

Constitui-se no toque, em uma brincadeira banal, ou uma conversa jogada fora, mas, vivenciada como se fosse séria; um bom-dia ou boa-noite terno; uma lembrança inesperada, um sorriso de esguelha. Sim, é o Natal, pois na realidade ele deveria ser vivenciado em todos os momentos.

O mais importante de tudo isso, é não deixar estes momentos passarem batidos, sem a menor percepção. Aí é a “treva”.

Esses momentos não se compram nem se ensaiam. Eles acontecem, bastando apenas estarmos atentos e abertos ao merecimento.

“Se um anjo bater a sua porta, deixe-o entrar”. Não se furte desta magia que só é especial no Natal.                

 

 

                                                         Feliz natal

Prenuncio de Natal


 

                        
Chove. A magia acontece. Como uma chuva de ouro, orvalhada com cristais coloridos e perfumados que embalam cada segundo vivido como se fossem durar eternamente.

Por certo, não há a menor vontade de se voltar à realidade. O dia a dia não tem o encanto desta época contagiante, onde o espírito do Natal se faz presente através do vai e vem das compras, do pisca-pisca na ornamentação; das luzes esplendorosas nas casas, lojas e avenidas.

Andemos na chuva. Não nos preocupemos em ficar encharcados. O que importa é o transbordar de bênçãos que a chuva representa; envolvendo as pessoas, casas, plantas e animais.

O escorrer da água, o salpicar das gotas, a posição dos pingos conforme a direção do vento ou da brisa, têm todo um significado especial nesta época. O refletir vertical da chuva projetada pelos faróis dos carros que trafegam incessantemente, formam um facho de luz que, se abrindo em leque, parecem cortinas reluzentes que as pessoas transpõem rapidamente como se estivessem em frenesi, buscando algo de última hora, caso frequente no Natal. Tudo isso tem uma conotação diferente, nesta época que é diferente.

Mesmo que tenha apagão, não importa. Quando Jesus nasceu na gruta de Belém por certo não tinha luz elétrica, mas a estrela estava lá: iluminando, refletindo, fazendo uma aura dourada de pureza onde o espírito de cada um presente na cena, transbordava de candura, riqueza espiritual; emanando uma grandeza  luminosa mesmo em plena escuridão.

 O odor forte da estrebaria, a presença dos animais, a manjedoura de palha; todos esses elementos  compunham um cenário rústico  e grosseiro simbolizando as agruras do ser humano, os seus sentimentos medíocres, o preponderar dos instintos. A animalização do ser.

Com a vinda do Messias, a mensagem está em espiritualizar este ser, purificar; onde os sentimentos egoístas e inescrupulosos, vão dar vez aos sentimentos nobres. Os instintos vão ser substituídos pela pureza das ações e as trevas, que até então dominavam o espírito humano, passam a ser iluminadas pela luz grandiosa e infinita do MENINO JESUS.

                                                                                      FELIZ NATAL

 

 

 

 

 

 

Faiscas do Natal I


 

                                         
      Há um Menino que nasceu em Belém, numa manjedoura situada em um estábulo, dentro de um cenário muito simples. Mesmo com a rudeza do ambiente; a ternura, e o esplendor estavam ali. Tudo era magnífico. É o NATAL DO SENHOR.25/12

      Desde muito antes no tempo, este acontecimento já havia sido profetizado. Essa situação de humildade constava no projeto. Mas a grandiosidade estava ali. O amor incondicional e infinito estava ali.  Só não vieram os próprios seus, mas vieram os pastores para louvá-LO acompanhados com suas ovelhas e, de longe, muito longe virão os reis magos para adorá-Lo.

      Os reis magos não sabem exatamente onde estão indo, mas viajam felizes em seus camelos trazendo presentes especiais para oferecer ao Menino. Ouro porque estavam a procura de um Rei, incenso porque sabiam de sua divinez e mirra porque mesmo sendo Rei e Divino; o Menino se apresenta como humano. O amor incondicional estava ali.

      Esses reis magos, mais especificamente Belquior, Baltazar e Gaspar foram guiados por uma estrela que, fulgurante ilumina os seus caminhos e os conduz adiante. A confiança e a persistência estavam ali.

      Dias e dias caminharam, sempre com a alegria em seus corações. Supõem-se que este trajeto foi penoso,  cheio de sacrifícios e imprevistos pois atravessaram desertos, regiões pedregosas com calor intenso de dia, e frio à noite. Mas eles estavam sempre alegres, contagiantes, felizes e ansiosos para adorar o Menino. A fé estava ali.     

     Ao chegarem em Jerusalém, eis que a estrela desaparece e os magos desnorteados começam a perguntar sobre o Menino-Rei mas ninguém sabe Dele. A descrença estava ali. A incredulidade estava ali.

      Os reis magos interpelam até Herodes, que reinava em Jerusalém. Este, ao tomar conhecimento do nascimento de um novo rei, que, na sua cabeça, vai tomar o seu lugar; usa de hipocrisia e astuto, mostra-se interessado em saber o destino do Menino. A insensatez estava ali. A crueldade estava ali.

     Mas, os anjos que já haviam comunicado aos pastores do nascimento do Menino, avisam aos reis magos, para estes  não fornecerem  os dados ao rei injusto, insano e perverso. Pudentes, eles tomam outro caminho para regressarem às suas terras e espalharem a Boa Nova aos povos do Oriente. E a difusão do Salvador acontece para todos aqueles que tem fé e acreditam na promessa de um novo tempo; no amor infinito do Pai  pelos seus filhos a cuja criação Deus viu que “era muito bom”.    

      Saindo de Jerusalém, resplandece outra vez a estrela, e os magos, finalmente chegam para a desejada e bendita visita. Quão grande e majestoso um simples estábulo se apresenta: Jesus, Maria e José.  E a EPIFANIA DO SENHOR (6/1) acontece: completa adoração e contemplação à Majestade que, envolto em panos, encontra-se nos braços de Maria. A luz estava ali. A paz estava ali. Toda a grandiosidade do universo estava ali. Os corações dos reis magos transbordavam de amor, fé e humildade. E o projeto do PAI se realiza na presença de seu filho muito amado: o MENINO JESUS.

 

 

NATAL - UM PRESENTE


                     

Com a proximidade do natal, sentimo-nos tocados pela emoção.

Afinal temos um aniversariante muito especial.

O tema de festa? Muita luz. Luz nos olhos, nas mãos, no sorriso, no afago. Uma luz grandiosa geradora de calor que ao imanar une e confraterniza.

A lista de convidados? Não precisa fazer. Todos estão convidados. Esta é uma grande festa universal.

O cardápio da ceia? Uma bela ceia onde tenhamos doces encontros, saladas diversas de carinho misturadas com ternura, generosidade, humildade e justiça. Uma pitada de perdão. Porções grandes, imensas, grandiosas de amor. Muito amor. Deverá ser servido também fartas quantidades de paz. Muita paz. Esperança, muita esperança. Diálogo franco também é um bom prato. Deverá ser servido com abundância.

Traje para a festa? Social ou a rigor? Simples, muito simples. Apenas alegre. Que transmita muita, mas muita alegria pois este é o ingrediente  primordial da festa.

E o presente? Todos vão trocar presentes. Alguns combinados com antecedência, outros de surpresa. Alguns modestos, outros dispendiosos, alguns pequenos, outros mais volumosos.

Bem, mais até aí não se comentou sobre o aniversariante. Sim aquele anunciado pelos anjos aos pastores e homenageado pelos Reis Magos que foram encaminhados pela estrela guia até Belém e O encontraram na manjedoura contemplado sendo por José e Maria. O MENINO JESUS é o nosso aniversariante especial. O que poderemos lhe oferecer como presente? Tem que ser algo bem pessoal. Algo que venha do nosso coração. Algo que seja verdadeiro, sem segundas intenções ou emergencial visando uma troca ou uma relação de cumplicidade.

Que tal o “servir” – afinal a grande mensagem está em: ‘‘EU VIM PARA SERVIR E NÃO PARA SER  SERVIDO”

 

                                                                                  FELIZ NATAL    

 

 

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Agosto mes da família


 
                             
     A escolha em se formar uma família tem uma característica própria em nossos dias.

     Pensamos sempre na família tendo como componentes: o pai, a mãe e os filhos. Mas hoje o grande paradigma está justamente no paradoxo: famílias onde as mães são também pais; e pais que são mães. As vezes, pais do mesmo sexo ou simplesmente filhos sem pais criados pelos avós. Também, não muito raro, os filhos que são meio irmãos dentro de uma instituição onde a realidade genética está em: “os meus, os teus, os nossos” onde, muitas vezes, graças ao amor, todos se tornam “os nossos” na nova relação.

     O glamour do casamento, nem sempre se estende para o dia a dia do após, convertendo-se qualquer diferença de opinião em desentendimentos com dimensões drásticas.     

     A violência doméstica prepondera. O discernimento sempre, ou quase sempre, está diluído, sem possibilidades de entendimento.

    O que aconteceu com o ardor e a conquista? O ardor que acalenta a vontade de se estar juntos. A vivacidade ou o brilho da conquista que deve contínua dando a conotação da novidade numa relação que pode ser recente ou nem tanto. bAquela conquista de se estar atento ao que pode agradar o ser amado, aquilo que vai alimentar o ardor do relacionamento.

     O olhar que fica; a ternura que se externa; a atenção aos pequenos detalhes; o carinho e a sutileza na evocação. A delicadeza e a cumplicidade que norteiam o entendimento. O respeito que dá a extensão da liberdade. A certeza do ombro; a delícia do afago. A carícia do sorriso; a expressão do sentimento. A alegria constante que contagia; a partilha em todos os momentos. A leveza e a magia do querer bem. A constatação que “mesmo que chova canivete”, se pode contar com a parceria pois esta, sempre estará apostos com as energias renovadas.

     E onde buscar esta fonte de energia, de iluminação que irá determinar a paciência, sabedoria e a fortaleza para não perecer ante aos problemas do dia a dia?

     A resposta está na presença do Espírito Santo e na vivência do matrimônio que é o “sacramento do amor onde Deus abençoa e se faz presente”.                          

      

 


Acredito na Família


                                             

     Se o homem é capaz de criar tantas coisas “impossíveis”, por que não acreditar que a felicidade para todos nós está no alcance de nossas mãos? Está no seio de nossa família?

     Acredito na evolução do ser para um mundo mais humano, onde cada um de nós é a peça fundamental para a continuidade deste processo milagroso que é a vida. A vida gerada no seio da família e que na sua plenitude vem como benção para todos.

     Não temos compromisso com o impossível, com o improvável, com o impensável. Temos compromisso com a alegria, alegria contagiante, que lava a alma e oxigena o cérebro. Aquela alegria que une e sintoniza a todos no carinho e na ternura da família.

     Temos compromisso com a amizade onde o aconchego do lar se transforma em um ninho  feito fio a fio, palha a palha, folha a folha em um rochedo não solitário e íngreme, de difícil acesso  mas arborizado, iluminado e rodeado de outros ninhos que se interligam na certeza do “poder contar”. Todos os membros da família entrelaçados no amor e na confiança.

     Temos compromisso com a transformação. Aquela transformação de ideias, opiniões, valores que muitas vezes ficam encracadas em nosso ser, nos tornando pessoas “velhas”,  empedernidas, com vergonha que nossos filhos ou amigos observem que somos capazes de  amar, ensinar  e de falar sem que os valores nos entupam e escondam os tesouros de sentimentos que possuímos.

     Temos compromisso com a humildade. Podemos chorar quando sentirmos necessidade.

     Podemos e devemos considerar o trabalho imprescindível. Mas não tanto que aniquile as horas vagas para o lazer, para se passar em família. Para sorrir pelas coisas mais “bobas”, mas ao mesmo tempo tão importantes.                 

     Também podemos pedir ajuda de maneira natural e espontânea sem que o orgulho, o perfeccionismo e a arrogância nos tolhem.

     Agir por “decreto” é a maneira mais tola da existência. Agir com naturalidade, conscientes de que podemos errar, desculpar e começar de novo é a maneira mais sábia de existir e o caminho para a felicidade de todos os membros da família.

 

domingo, 10 de agosto de 2014

comprometimento - base da família

    
 O comprometimento é o fator primordial no sucesso de um casamento. Diferente de compromisso onde estar compromissado é assumir uma  obrigação, uma dívida. Em uma união não pode haver compromisso pois este não trás empatia, carísma, identificação.
Todo casamento é composto do juramento: "prometo ser fiel, amar e respeitar na alegria e na tristeza, na saúde e na doença por todos os dias de nossa vida, até que a morte nos separe." Algo meio abstrato, cruel, definitivo, repetido mecanicamente que nos remete a uma situação de puro compromisso de procriação, de referência e de posse onde a permissão cabia ao homem a toda e qualquer atitude de sua companheira mas a ele tudo era permitido. Uma união baseada na anulação emocional e amorosa. Apenas vigorando o compromisso propriamente dito.
No comprometimento a afetividade se faz presente acompanhada de vários fatores que atuam como elos de uma corrente tais como: integração, confiança, harmonização, aceitação, dedicação, cumplicidade, estabilidade emocional, dedicação, tolerância, respeito, humildade, partilha, perdão, fé e amor. Estes fatores, têm que estar completamente entrelaçados, fortalecidos de uma maneira tão sutil e terna e ao mesmo tempo segura e forte tornando o relacionamento perene, alegre e feliz.
É claro que nesta situação, dois elementos estão envolvidos, cada qual com suas singularidades, onde pensamentos, comportamentos e jeitos são diferentes mas aí é que está a questão: o ajuste. O pulsar do coração que se faz em sintonia.  As lágrimas são brotadas a dois quando necessárias.  A busca do olhar  que é a centelha do entendimento. A troca e a menção do sorriso expande a compreensão.  A garra nos momentos amargos se faz tirando "sangue" das circunstâncias que podem amortizar o sofrimento. A reciprocidade é uma constante. Aí eu acredito numa família plena. Um ninho aconchegante  onde, de igual para igual, o estar presente em todos os momentos é uma certeza. O contar e ter o ombro a disposição é uma constante e a sensação de se sentir protegido e aninhado é uma realidade que  anima e fortalece a relação cada vez mais.
Deus para nascer em uma família se fez homem. Isso só foi possível com o comprometimento de Maria e de José, da dedicação de ambos para com Jesus e do imenso amor de Deus para com a sua grande família que é a humanidade.
Que em todas as famílias sejam instrumentos de  alegria, amor e paz.              

terça-feira, 15 de julho de 2014

15 de outubro - Dia do Professor

                                ORAÇÃO

             

SENHOR, estamos vivendo mais um dia do Professor.

Consequentemente mais um ano de atividade.
Queremos celebrar as nossas conquistas e  agradecer pois nada poderíamos desenvolver e realizar sem a Vossa presença e proteção.

A nossa responsabilidade pedagógica é árdua e ao mesmo tempo gratificante.

Nos frustramos muitas vezes pois o cenário profissional que vivemos hoje seria visualizado naturalmente sem surpresa mesmo por alguém de mais de dois séculos atrás, pois continuamos frente a uma lousa, com o giz e o apagador a disposição numa escola que se mantém fossilizada diante de um mundo que não para de mudar.

Assumimos uma postura  daquele que sabe, que manda e que avalia uma clientela subservente que deve se contentar em escutar, memorizar e transcrever.

Pedimos a Deus que ilumine as nossas mentes, clareie os nossos sentidos, toque os nossos corações, permeie o nosso espírito  e fortaleça o nosso dom para que vivamos a nossa vocação com talento, competência e, acima de tudo, com muito amor.

Aquele amor comprometido com o nosso aluno, com a nossa escola, com a nossa comunidade escolar e com o nosso tempo.

Sabemos que os percalsos são muitos.

Em prece Vos suplicamos SENHOR  que estes obstáculos desafiadores, não se tornem sabotadores do bem maior que temos a oferecer: a educação como suporte de vida aos nossos educandos.

Clamamos então SENHOR que vivamos com plenitude os nossos alunos, tratando-os com respeito e com afeto, acalentando-os  nas suas dificuldades, inseguranças, momentos depressivos ou sentimento de exclusão.

Que eles sintam em nós o carinho, o afeto, a dedicação e o amor incomensurável,
da nossa missão como educador.
                                                               AMÉM.     

 

     





Dia do Professor - Uma escola do lado de lá

                                       UMA HOMENAGEM AO DIA DO PROFESSOR
                                                UMA ESCOLA DO LADO DE LÁ
     Iraci Miranda Kruger, jovem bonita e talentosa. Trabalhou na Prefeitura de Guaratuba em tempos idos. Casou-se e foi morar no Porto de Passagem, pois seu marido era filho do dono das lanchas que faziam a travessia da baía antes do advento do Ferry Boat.
     Foi professora por tempo muito limitado, pois quis o destino lhe armasse um passeio de barco que culminou em tragédia a qual ceifou a sua vida nos idos de 1961 (25/07) com apenas trinta anos de idade.
     Sua função com certeza foi desempenhada com esmero, dedicação e amor pois em sua homenagem, hoje a escola da Prainha que outrora chamava-se Professor José Fernandes Loureiro passou a ser denominada  Escola Municipal Professora Iraci Miranda Kruger, Educação Infantil e Ensino Fundamental. Uma homenagem especial aos professores desta Escola e de toda a rede municipal.
      Um fator determinante é a continuidade dos estudos após a, hoje quinta série pois, devido a travessia do Ferry Boat, a preferência é dada ao município de Matinhos onde os alunos são assistidos por ônibus escolares  sendo este deslocamento mais seguro e confortável para crianças na faixa etária dos onze anos.
     A travessia, observada turisticamente, enche os olhos, pois as belezas naturais são realmente encantadoras: a dança dos botos, hoje raros; o vislumbrar ilhas, das marolas, dos barcos trafegando, o voo das aves marinhas, a beleza do por do sol, as noites salpicadas de estrelas e o luar que moldura todos os contornos. Mas, considerando a travessia no seu dia-a-dia: estudantes de todas as idades, mesmo os pequenos moradores da Prainha ou Cabaraquara que escolhem a continuidade dos estudos em seu município de origem, ou aqueles que cursam o ensino superior e optam pelas Faculdades públicas situadas em Paranaguá ou Matinhos ou mesmo trabalhadores que moram do lado de lá  e trabalham do lado de cá ou vice-versa, aí sim, a situação complica. Todos, sem excessão, são aviltados pelo desconforto. Situação esta ocasionada devido a circunstancias até desmotivadoras causadas em épocas de chuvas, muitas vezes pelas noites frias de inverno, pelos ventos cortantes na entrada da barra,  pela neblina que encobre toda a paisagem, o que muitas vezes obriga até o pouso no porto de passagem sem que os barcos atravessem em qualquer sentido;  isso sem falar no aperto das salas de passageiros, mau cheiro e umidade que penetra nos ossos. Fatores esses que tornaram e ainda tornam a travessia um ato de heroísmo para aqueles que dependem dela no seu cotidiano.
     Homenagem à aqueles professores que nos anos  70 em início de carreira, não mediram esforços para o aprimoramento desde quando a Empresa Sul Americana colocou a linha de ônibus de retorno de Paranaguá  para nossa cidade às 22:hs.00. Laboriosos estes professores aos quais ficou a gratidão de seus alunos que, hoje, muitos já papais e até avós ainda os tratam com muito respeito e carinho pois praticamente presenciaram todo o suplício vivido para a graduação de seus professores, o que só foi vencido com muita dedicação e força de vontade.
     A todos os professores a nossa homenagem e o desejo de um Feliz dia dos Professores.                                

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Professora da vida

 
     Na arte de ensinar estamos sempre competindo com a escola da vida. Minha mãe é a minha grande professora na escola da vida. Hoje com 89 anos, ela esbanja sabedoria mesmo quando as vezes sai "fora da casinha". Ela tem uma serenidade, uma força espíritual, uma tranquilidade que me emociona. Mesmo sozinha, ela nunca está só. Mesmo sem fugir de tantas situações dolorosas em sua vida ela hoje não sofre de dores emocionais pois criou uma forma de superá-las que consiste em apenas relembrá-las mas não mais fazer daquilo uma ferramenta de sofrimento. Não digo que não derramou lágrimas e creio que foram muitas. Nunca deixou de verbalizar aquilo que sentia. Nunca teve uma vida individualista pois a dor do outro, o frio do outro, a carencia do outro sempre a preocupou e, da forma que lhe cabia, tentava o conforto desse outro. Hoje seus sonhos são silenciosos. Não tem mais energia e nem vontade de sair, conversar. Seus filhos, netos e bisnetos - principalmente aquela fofura do Thomas Milton - são o seu mundo. Profissionalmente foi o braço direito de meu pai no comércio durante muito tempo. Foi sempre uma mestra para tentar resolver os problemas da vida que porventura surgiam na família. Sua cultura acadêmica foi muito limitada pois estudou até o quarto ano primário em escola rural naquele sistema de "decoreba" onde,até hoje ela discorre sobre as vilas e cidades do Paraná na época (nos idos de 1930) que consiste um uma listagem enorme. Lista grande também das capitais estaduais que ela discorre com maestria.Também tem uma forma toda especial de relacionar os meses do ano através de uma "decoreba" que é: "30 dias têm setembro,abril, junho e novembro. Fevereiro 28 tem. Se for bissexto,mais um lhe deem. E no mais que sete são: 31 todos terão".
      Sou professora aposentada e amo a profissão que abracei. Conciliar as nossas trajetórias como seres humanos no dia a dia com esta profissão é diante mão penosa e causticante. As dificuldades são muitas, tanto no exercício da cidadania como passar para os nossos alunos esse exercício de cidadania. Muitas vezes são priorizados apenas os direitos. Os deveres não são válidos dentro de uma perspectiva paranóica e individualista. A cooperação,o conhecimento, o respeito, os projetos tanto sociais como profissionais são postos de lado como se não tivessem importância alguma. A tolerância e o perdão se perdem dentro de um universo de total egoismo. A inteligencia torna-se uma ditadura que se encarcera diante da tecnologia e do mundo que emudece cada vez mais. A solidão prolifera bem como as doenças psicosociais.
     Que o maior mestre da escola da vida - Jesus - promova nas nossas novas gerações e em nós mesmos uma nova pessoa diante da capacidade de pensar, de ouvir e de se colocar sempre como aprendiz diante da vida.  
             
     
    

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Mulher

     No Afeganistão não se festeja o nascimento de um bêbe quando se trata de uma menina. Os parentes não visitam a parturiante e nem a felicitam. As meninas não têm facilidade para frequentar as escolas, não podem sair as ruas sozinhas e muito menos a elas é dada a possibilidade de um emprego qualquer já na condição de mulher.
     Na India, os casamentos são arranjados pelas famílias e aos 13, 14 anos a menina ja esta com o pé no altar.
     Certas crenças religiosas também são peritas em considerar a mulher uma marionete sem dó nem piedade.
     A mídia incita e passa como verdade para a sociedade situações que transformam a mulher em um "trator avassalador" de possibilidades de indução aos mais degradantes atos de violência e transgressão a sua pessoa. Exemplo disso foi a pesquisa realizado pelo IPEA - quando da pergunta dúbia feita: "mulheres que usam roupas que mostram o corpo  merecem ser atacadas?" O resultado foi algo  assim em torno de 65% apedrejando as mulheres. Mais tarde houve a retratação da cáca feita.
     A poetiza Júlia da Costa, mulher inteligente e sensível vê seus sonho de independência chocando-se a toda hora  com valores e hábitos de uma sociedade patriarcal e conservadora. Viveu entre 1844 e 1911, mas pensava muito à frente de seu tempo. Em pleno século XIX já estava convencida de que a "inteligência é, de todos, o fardo mais pesado para uma mulher".
     Estamos no século XXI, (mudou-se a posição dos "xis" e do i) mas continuamos sem muitas mudanças em termos da dignidade da mulher.
     Sua condição emocional, afetiva é constantemente avaliada como se dependesse de uma confirmação civil para ser feliz. Sua condição profissional é regida por uma ferrenha disputa como se  a capacidade feminina fosse algo estabelecido por um medidor.
     Será que o Criador não usou a mesma potência no sopro de vida na mulher? Duvido pois como prova da intensidade do seu amor, herdamos, nós as mulheres, de Si a capacidade geradora da vida bem como a sua paciência pois precisamos muito dela diante de tantos disparates.  

terça-feira, 8 de julho de 2014

INDEPENDÊNCIA OU MORTE

     Em sete de setembro de 1822 com o famoso grito do Ipiranga o Brasil se liberta de Portugal e um novo regime surge: Monarquia onde o Imperador é D.Pedro I. Preço do processo: dois milhões de libras esterlinas que Portugal exige para reconhecer a independência de sua antiga colonia.
     Morre os laços com Portugal mas surge a dependência com a Inglaterra pois foi ela quem emprestou o dinheiro para pagar a dívida.
     A nossa história é composta  por muitos elos de dependência e também de mortes. A dependencia sempre está ligada a fatores nada altruistas e sem vínculos nenhum de cidadania devido a corrupção, mentira, falta de vergonha mesmo. Dizem que o voto é o único meio de combater tudo isso e até se dá prioridade de idade para se tornar eleitor aos 16 anos, mas um ato de insanidade cometido aos desseseis é "relevante" pois trata-se de uma "criança".
     A educação está em processo de inanição. Segurar um aluno dentro de uma sala de aula está difícil pois qual a motivação? escolas desabando, professores frustrados dentro de uma política salarial caótica e de perspectivas desconcertantes. Resultado; população de nivel educacional irrelevante fácil de ser manipulada. Morte das pessoas em termos de liberdade e poder de decisão.
     A saúde, outro fator que apresenta paradoxo. Deveria prezar pelo bem estar físico, mental e psicológico do cidadão determinando assim a sua independência e integridade, muito pelo contrário, ele torna-se um refem do sistema tanto no atendimento médico, como na estrutura hospitalar, sem falar na honeração na hora da compra do remédio.
     Segurança e justiça: o que dizer destes dois fatores? Os acontecimentos do dia a dia nos mostram a falência de todo o processo.
     Li certa vez que erguer a voz contra tudo isso é acabar isolado, considerado um alienado. Como  então combater todos esses desatinos? No livro que li e considero a real oportunidade de melhora de toda essa dureza é manter uma noção de dignidade pessoal. Por em prática os seus dons de forma perfeita. Fazer o melhor naquilo que voce pode se orgulhar.  Essa noção de dignidade pessoal vai se somando e teremos então: professores dando o melhor de si. Médicos conscientes do compromisso com o Juramento de Hipócrates, demais profissionais liberais, públicos, emfim uma rede do bem se forma e a morte se extingue ficando a independencia de cada um integrada como fator essencial de vida. Sei que é uma utopia, mas...quem sabe?  
                      

Assunção de Maria


     A Festa da Assunção é celebrada em 15 de agosto. Maria, terminando seu tempo de vida na terra, foi elevada à glória celeste de corpo e alma. Com a assunção se crê que o seu sagrado corpo não sofreu a corrupção do sepulcro, nem foi reduzido à cinzas. Esses privilégios elevaram-na a uma altura tão grande que não foi atingida por nenhum ser criado excetuado da somente da natureza humana de Cristo.
     Assunção é o reconhecimento e a recompensa com antecipada glorificação de todos os méritos da mãe. Maria tinha sofrido muito: as dúvidas de seu esposo, o abandono e a pobreza de Belém, o desterro do Egito, a perda prematura do filho, a separação no princípio do ministério público de Jesus, o ódio e perseguição das autoridades, a Paixão, o Calvário, a morte do Filho.
     Em Maria, a dignidadeda mulher é reconhecida pelo Criador. Quanto nosso mundo precisa caminhar e progredir para chegar a esse mesmo reconhecimento?
     Trazendo para os dias atuais, chegamos a conclusão que em pleno século XXI ainda a dignidade da mulher é algo tratado com desdém. Quantos atos de violência física - brutalidades que muitas vezes acabam em morte; violência psicológica -  coações, ameaças que tornam a mulher muitas vezes refém e até objeto de troca, isso sem falar nos assédios onde a mulher é classificada, dependendo da sua condição de vida, como disponível, ou seja, nivelada em um parâmetro nada  lisonjeiro em uma ótica machista que encarcera.     
     O grande tema da Campanha de Fraternidade da CNBB deste ano muito debateu sobre o desrespeito à dignidade humana sendo apontado para a esperança de libertação a entrega total de Jesus Cristo na cruz para vencer as situações de morte e conceder a liberdade a todos: ‘É para a liberdade que Cristo nos libertou’ (Gl 5,1).
     Maria, segundo São Francisco de Sales, morreu  de amor.  Ela, consola os apóstolos antes de sua assunção dizendo:" - Ficai com Deus filhos meus mui amados, não choreis  porque os deixo, e, sim alegrai-vos  porque vou para meu Querido."
     Que o amor de Maria abra as portas que aprisionam as mulheres em todas as situações de penúria tanto pessoal como profissional, emocional e afetiva.
                                                         Nossa Senhora da Assunção, Rogai por nós!
                                                                  
    

terça-feira, 27 de maio de 2014

FOLIÕES DO DIVINO - MENSAGEIROS DA PAZ


     "Ao entrarem na casa, façam a saudação. Se a casa for digna, desça sobre ela a paz de vocês; se ela não for digna, que a paz volte para vocês. Se alguém não os receber bem, e não escutar as palavras de vocês, ao sair dessa casa, sacudam a poeira dos pés."(MT. 10 - 12,14) - ou seja, não levem nenhum ressentimento.
     Eu entendo que esta é a base da visita dos foliões. Aqueles que levam a mensagem da paz, nas suas andanças entoando cantigas de bençãos, graças e promessas aos devotos do Divino que o contemplam com respeito e muita fé.
     "Naquele tempo, Jesus disse: "Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra  porque escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelastes aos pequeninos.  Sim Pai porque assim foi do teu agrado."(Mt 11-25,26)-(Lc 10,21)  De acordo com a explicação da Bíblia  - edição pastoral, "os sábios e inteligentes não são capazes de perceber em Jesus a presença do Reino. Só os desfavorecidos e pobres conseguem penetrar o sentido  da atividade de Jesus e continuá-la."
     Me entristeço quando ouço comentários pejorativos sobre os foliões, a maneira como louvam sem dar aos ouvintes menos familiarizados com esta tradição o devido entendimento do que está sendo proclamado e a forma lamentosa com é entoado. A grande característica é a humildade, onde a peregrinação se faz como muito entusiasmo e ao mesmo tempo voltada ao amadorismo com todos os resquícios dos tempos medievais de onde remonta as suas origens. Está na simplicidade a sua força pois é o Sagrado sendo exaltado, venerado e amado uma vez que simboliza a presença da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade entre nós.
     Em um mundo capitalizado, nos voltamos sempre em valorizar a riqueza, o poder e nos esquecemos que Jesus sempre exaltou o fraco, o pobre, o inocente, o correto. Aquele que não se envergonha de testemunhá-lo, de se alegrar com a Sua presença.
     Ele mesmo veio ao mundo e foi ninado em uma manjedoura numa estrebaria.
     Ele mesmo acolheu como apóstolos homens toscos e rudes. Pescadores que não exitaram em largar suas redes e segui-Lo. Ele mesmo que, como homem antes de começar a sua missão como O Filho de Deus, desempenhou a profissão de carpinteiro igual a José se pai.
    José e Maria eram naturais de Nazaré. Lá viveu Jesus até os trinta anos de idade. Porém aquele vínculo com a cidade não lhe foi de nenhum proveito. Nazaré o rejeitou (Mt 13:54-58; Mc 6:1-6; Lc 4:16-30; Jo 4:43-44). Ser originário de Nazaré significava ser pessoa mal afamada pois a cidade era totalmente desinteressante, inexpressiva e sem importância. Uma vila pequena com população entre 50 a 400 na época do nascimento de Jesus.  Confirmou-se assim o que dissera Natanael, ao ouvir de Felipe que Jesus era de Nazaré: "De Nazaré pode sair coisa boa?" (Jo1,46). Muitas e muitas vezes resistimos em confiar na origem humilde estigmatizando como incompetente, sem graça. Quantos cientistas, estudiosos, políticos de projeção, mas que não mudaram o curso da história como Jesus o fêz.
     Outros casos onde apenas a grandeza do espírito se sobrepuseram:        
     Na França, em Lourdes,  Bernadette de Soubirous, criança desnutrida, analfabeta e enfraquecida pela asma cronica em 11 de fevereiro de 1858, disse ter visto  a primeira aparição da Dama de branco na gruta de Massabielle. Outras aparições aconteceram mas Bernadette era sempre maltratada quando interrogada sobre elas. Respondia apenas: "Sinto uma grande alegria quando vou lá." No convento para onde foi mandada, a madre superiora passou a ter restrições para com Bernadette pois sempre comentava:"Se a Virgem Santa queria aparecer a alguém neste mundo, por que escolher uma camponesa vulgar e analfabeta ao invés de uma freira virtuosa e instruída?"
     La Salette era uma típica destas aldeias rústicas. A 19 de setembro de 1846 duas crianças, ambas pastoras viram a Virgem Maria. Desacreditadas essas crianças foram afastadas.
     Em Fátima - Portugal, três crianças pastoras viram a Virgem Maria numa moita e depois uma vez por mes, nos seis meses subsequentes. Houve ceticismo  entre o clero e as crianças foram até julgadas.    
     O indío Juan Diego também foi maltratado ao levar ao conhecimento do bispo a visão que tivera  de Nossa Senhora no monte Tepeyac no México.
Voltando aos foliões, o seu canto de visita proclama: O Divino Espírito Santo
                                                                                      Em vossa casa chegou
                                                                                      veio vos pedir uma oferta
                                                                                       que o festeiro mandou.
     Após os cumprimentos, o beijo na Bandeira, a colocação de fitas e fotos das pessoas as quais pedem ou agradecem uma graça especial, a despedida é feita de forma respeitosa e solene:
                                                                                      Vos destes a vossa oferta
                                                                                       E o Divino a recebeu
                                                                                       Com a vossa fé em Jesus
                                                                                        Tereis a benção de Deus.
                                                        Que o Divino Espírito Santo nos abençoe.

terça-feira, 20 de maio de 2014

FESTA DO DIVINO


     Falamos, pensamos, interagimos hoje sobre a festa do Divino. Justamente sobre os dez dias de transformação que ocorre em nossa cidade neste período.
     Ainda bem que herdamos essa tradição. Ainda bem que nossos antepassados acolheram e deram continuidade a esse maravilhoso jeito de Deus se manifestar entre nós.
     Ainda bem que o povo de antigamente desde os ribeirnhos, como os que viviam nos confins da baía, aqueles que viviam no "pé" da serra como também os da "vila" se irmanaram e não permitiram que o tempo acabasse com esta devoção que é a presença do Divino Espírito Santo entre nós.
     Esses munícipes tinham como característica o isolamento, a precariedade material mas em compensação: social e espiritual os elos eram imensos.
     Socialmente tudo se compartilhava. Tudo desde o peixe pescado, como a caça conseguida após a espreita astuta, a roça plantada. Esta ajuda mútua denominada mutirão se manifestava também na construção das casas. Como herança do povo indígena, absorvida pelo caboclo, o mutirão sempre prezou pelo auxilio prestado.      
     Espiritualmente, o respeito e o temor a Deus se manifestava a todo instante. Desde o nascer do sol que marcava o inicio da lida até o escurecer onde o recolhimento se fazia necessário para o descanso. As formas de oração geralmente eram espontaneas sempre em agradecimento, exaltação ou pedidos principalmente de saúde, provisão e condições boas do tempo para que as roças fonececem o alimento que precisavam. Uma forma de oração que minha mãe sempre conta das suas lembranças remotas que era feita por uma família matuta e sem conhecimento algum de religião mas que ao abrir a porta do humilde casebre todos os dias eles, ao olharem para os montes da serra que avistavam diziam: _"Um, dois, tres... bendito seja quem te fez."
     A proximidade da Festa do Divino marcava o final de mais um ano vivido. A visita dos foliões com as Bandeiras: cor branca - da Trindade Santa, cor vermelha - do Divino Espirito Santo, o ressoar do tambor era o convite para se desligar de toda e qualquer atividade e voltar-se para a presença do Sagrado visitando as casas e entoando canções de bençãos e promessa para mais um ano de vida modesta mas feliz.        
                                                           

quarta-feira, 2 de abril de 2014

EXERCÍCIO DO AMOR


                                         

                                            Em Mc. 12,30 Jesus disse: - Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e com toda a tua força!  O Segundo mandamento é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
     Em Mt. 5,44-45 Jesus disse:  “Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem! Assim vos tornareis filhos do vosso Pai que está no céu, porque ele faz nascer  o sol sobre maus e bons, e faz cair a chuva sobre os justos e injustos.”   
     Em Oséias  (Os.1-3): ele amava de todo o coração a sua esposa  mas ela era infiel e o traía. Esse amor não correspondido ultrapassou o nível de frustação pessoal para ser uma enorme forma de anúncio: o profeta apresenta a relação entre Deus, sempre fiel e cheio de amor, e seu povo que o abandonou e preferiu correr ao encontro dos ídolos, da idolatria. Ao amor fiel, Israel responde com a infidelidade. Javé, porem, não abandonará o seu povo, um dia este cairá  em si e voltará ao seu Deus.
     Em Jonas, o amor de Deus se propaga até nos povos pagãos como no caso dos ninivitas. Nínive, capital da Assíria representa um dos maiores e encarniçado inimigo de Israel. Por isso Deus ordenou a Jonas: “Levante-se e vá a Nínive, a grande cidade e anuncie aí que a maldade dela chegou até mim.” Após alguns percalços e desobediência, Jonas entrou na cidade e começou a percorre-la dizendo:” Dentro de quarenta dias Nínive será destruída.” Os pagãos se arrependeram e  se converteram , participando da penitência inclusive os animais. Deus viu o que eles fizeram e como se converteram de sua má conduta; então desistiu do mal com que os tinha ameaçado, e não o executou.
     Na quaresma somos chamados ao exercício do amor e da reconciliação. A nos voltar para Cristo que com tão grande amor, deu sua vida em morte na cruz e nos trouxe à graça e à vida.
     Em Coríntios 13-4,5 “Acima de tudo o amor” diz: “ O amor é paciente, o amor é prestativo ; não é invejoso, não se ostenta , não se incha de orgulho. Nada faz de inconveniente, não procura seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor.”
     O amor é fonte de qualquer comportamento verdadeiramente humano, pois leva a pessoa a discernir as situações e a criar gestos oportunos capazes de responder adequadamente aos problemas. Os outros dons dependem do amor, não podem substitui-lo, e sem ele nada significam. O amor é a força de Deus e também a força da  pessoa aliada a Deus.           
    


GUARATUBA SEMINAL


                                           O semen de Guaratuba está lá em Portugal, mais precisamente em Lisboa quando esta foi violentamente sacudida, em 1º de novembro de 1755, por um terremoto considerado até agora a maior catástrofe natural europeia devidamente registrada.

O Rei José I e sua família escaparam da tragédia por estarem fora da cidade. O primeiro-ministro Sebastião José de Carvalho e Melo chamou a responsabilidade da reconstrução da cidade para si. Mais conhecido por seu título de nobreza - Marques de Pombal - comandou esforços a começar pela determinação em mostrar a mão forte do Estado. Nesta época a economia portuguesa vivia uma fase de depressão: entre 1750 e 1770.

O Brasil, a mais rica de suas colônias foi o seu alvo. Suas ideias sempre estavam voltadas para o domínio, poder, ocupação, defesa (contra a ocupação espanhola e com as minas de ouro da Serra do Mar) e soberania no território assim como o simbolismo da representatividade e do poder público.

     Partindo deste princípio, foram fundadas várias vilas no litoral do Brasil mais ou menos 60 dentro de um padrão quase militarista, onde o arranjo das casas em fileiras sem delimitação dos lotes em torno de uma praça retangular evoca práticas de aquartelamento, com uma Igreja como construção dominante .

     Temos os primórdios da “Vila de Guaratuba” na planta que consta em uma folha das Cartas Corográficas e Hidrográficas de Toda a Costa e Portos da Capitania de São Paulo, onde aparecem as construções em torno de uma praça retangular, tendo como objetivo específico abrigar as povoações dispersas tornando-as populações civis, ou seja, uma vila sob o domínio português. A nossa baía considerada como uma miniatura da baía do Rio de Janeiro segundo o viajante francês, naturalista e historiador Auguste Saint-Hilaire, ganha destaque na época da fundação por se adequar como porto de comércio abrigado dos ventos e voltado para o sol, fator pertinente para a “saúde dos povos”.

              Devido as condições de isolamento e sem recursos, a população era totalmente dependente daquilo que lhes era fornecido pelo governo tais como: ferramenta e utensílios para as construções da moradias e até o alimento: “farinha para comerem enquanto não produzem lavouras”. Eis aí Guaratuba: na época, apenas um embrião.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

SANTA MARIA MÃE DE DEUS


                     SANTA MARIA MÃE DE DEUS    
                               Rogai pelos filhos seus
     
                        Maria ainda menina
                        Era simplesmente Maria
                        Mas com a graça divina
                        Tornou-se a Santa Virgem Maria.

                    Seu “sim” modificou o pensamento inquebrantável
                    De um mundo que nunca mais foi o mesmo
                    Pois em meditação profunda e fé inabalável
                    Concretizou os dizeres dos profetas das Escrituras
                    Tornando-se a Mãe de todas as criaturas.

                    As terras ao sul nos tempos da colonização
                    Nas disputas dos espanhóis contra os portugueses
                    Tiveram Sant’Ana – mãe de Maria -  por denominação
                    Em um Brasil dividido em Capitanias
                    Sant’Ana com sua graça já nos protegia.

                    Maria, Mãe de todas as mães
                    Com muitos títulos evocada
                    Em embrião Guaratuba a teve
                    Como Nossa Senhora dos Prazeres.

                   Em 1666 ou quase a partir daí
                    Um povoado surgiu nas embocaduras do rio Saí.
                    Mas a pobreza e o abandono  fez coro
                    A esta povoação de Nossa Senhora do Bom Socorro.

                   Mais tarde com os carijós presentes nestas paragens
                   Em uma baía: “Guaratuba” por eles denominada                                
                  Surge um novo povoado, com festejos em excesso                            
                   E a padroeira da Igreja: Nossa Senhora do Bom Sucesso.

                   A presença da Virgem em nossa cidade
                   Hoje se dá de forma constante:
                   Nossa Senhora Aparecida no Bairro Caieiras
                   Na Capela da Barra: Nossa Senhora dos Navegantes.
                   Nossa Senhora de Fátima no Riozinho, um sítio de Guaratuba
                   Nossa Senhora do Perpétuo Socorro no Brejatuba.                    
                    Nossa Senhora de Lourdes na gruta do morro
                   Cujas águas, pela fé se cura a quem a Ela pede socorro.                 

                      Somos gratos e abençoados
                   Pela Virgem do Rocio, Padroeira do nosso Estado.
                   Nossa Senhora  Aparecida com seu manto cor de anil
                   Nós lhe rendemos graças, Padroeira do Brasil.
                   Maria, Mãe de amor fecundo
                  Por certo és a Padroeira do mundo.