Os desafios que enfrentamos diante do furor da natureza nos fornecem “o aprendizado da resignação e a humildade perante o que não controlamos”.
Os temporais fortes e contínuos; as enxurradas com as descargas elétricas que alagam, devastam, matam. A falta de chuva e a seca demorada, escaldante que aniquila, resseca , atrofia. O frio intenso, a geada e a neve que tem conseqüências aterradoras principalmente nos campos e nas plantações. As erupções de vulcões cujas lavas deixam rastros de destruição e morte. Ventos fortes, ciclones, tufões que varrem tudo por onde passam, mexem com as marés e desorganizam extensas regiões que se encontram em seus caminhos.
Até aí, temos catástrofes que acontecem mesmo em tempos diminutos mas são gradativas e vão dando a noção da destruição e do perigo a medida que as coisas vão acontecendo.
E o que dizer daquelas que acontecem num estalar de dedos, num piscar de olhos, não dando chance de recolhimento, prevenção ou pressentimento? Não vamos longe. Vivemos aqui em Guaratuba uma tragédia destas em que nada denunciava mas repentinamente tudo começa a desmoronar. O medo acontece, o temor e a incógnita de como tudo acabaria perdura pela noite adentro. Foram minutos, horas aterradoras onde muitas famílias saíram com a roupa do corpo pois suas casas, estabelecimentos comerciais e prédios públicos simplesmente desabaram. Ainda hoje, quem viveu a noite de 22 de setembro de 1968 tem pesadelos . Mas como houve a celebração da vida , ninguém pereceu.
Em 2003, coincidentemente também no dia 26 de dezembro como em 2004 fenômenos naturais irromperam como o caso do terremoto no Irã onde metade da população de uma cidade pereceu. E a tsunami de proporções apocalípticas que instalou o terror, apreensão, a insegurança e a vigília em um mar mortífero, traiçoeiro e devastador. Um mesmo mar que proporciona belezas naturais nas suas costas como o caso da Indonésia onde surfistas buscam a “onda perfeita, tubos de 10, 12 pés onde tudo vai escurecendo e sobra apenas um orifício por onde a luz pode entrar”. Ou onde turistas europeus buscam o calor, a paz e o sossego de sua orla. Sem falar nas praias paradisíacas transformadas em cenários de filmes com artistas de projeções mundiais.
Mas a celebração da vida acontece e as pessoas recolhem os seus “cacos” tentando recompor o espírito e iniciar a reconstrução de suas vidas. A saga da raça humana não é de hoje, já dura seis milhões de anos.
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