domingo, 1 de janeiro de 2012

CELEBRAÇÃO DA VIDA

                                                 

        Os desafios que enfrentamos  diante do furor da natureza nos fornecem “o aprendizado da resignação e a humildade  perante o que  não controlamos”.
        Os temporais fortes  e contínuos; as enxurradas  com as descargas elétricas que alagam, devastam,  matam. A falta de chuva  e a seca demorada, escaldante que aniquila, resseca , atrofia. O frio intenso, a geada e a neve que  tem conseqüências aterradoras principalmente nos campos e nas plantações. As erupções de vulcões cujas lavas deixam  rastros de destruição e morte. Ventos fortes, ciclones, tufões  que varrem tudo por onde passam, mexem com as marés e desorganizam extensas regiões  que se encontram em seus caminhos.
        Até aí, temos catástrofes que acontecem mesmo em tempos diminutos mas  são gradativas  e vão dando a noção  da destruição e do perigo  a medida  que as coisas vão acontecendo.
        E o que dizer  daquelas que acontecem num estalar de dedos, num piscar de olhos, não dando chance  de recolhimento, prevenção ou pressentimento?  Não vamos longe. Vivemos  aqui em Guaratuba   uma tragédia  destas em que nada denunciava  mas repentinamente tudo começa  a desmoronar. O  medo acontece, o temor e a  incógnita de como tudo acabaria perdura pela  noite adentro. Foram minutos, horas aterradoras onde muitas famílias saíram com a roupa do corpo pois suas casas, estabelecimentos comerciais e prédios públicos simplesmente desabaram. Ainda hoje, quem viveu a noite de 22 de setembro de 1968 tem pesadelos . Mas como houve a celebração da vida , ninguém pereceu.
        Em 2003, coincidentemente  também no dia 26 de dezembro como em 2004 fenômenos naturais irromperam  como o caso do terremoto no Irã onde metade  da população de uma cidade pereceu. E a tsunami  de proporções apocalípticas  que  instalou o terror, apreensão, a insegurança  e a vigília  em um mar mortífero, traiçoeiro e devastador. Um mesmo mar que proporciona  belezas naturais nas suas costas  como o caso da Indonésia  onde surfistas buscam a “onda perfeita, tubos de 10, 12 pés onde tudo vai escurecendo  e sobra apenas um orifício por onde a luz pode entrar”. Ou onde turistas  europeus buscam  o calor, a paz e o sossego  de sua orla. Sem falar nas praias paradisíacas  transformadas em cenários de filmes com artistas de projeções mundiais.
        Mas a celebração da vida acontece e as pessoas recolhem os seus “cacos” tentando recompor o espírito e iniciar a reconstrução de suas vidas. A saga da raça humana  não é de hoje, já dura  seis milhões de anos.

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