A sintonia de São Francisco de Assis com a natureza era intensa. Conta-se que estando em oração nas margens de um lago, um martim-pescador e uma truta, de tamanho regular vinham todos os dias, pontualmente à mesma hora, para pedir-lhe a bênção.
Aqui vai uma singela homenagem a este grande homem e santo:
Façanhas de um martim-pescador
Eu vi, vou contar, eu prometo
Pois disso eu tenho certeza
Um pássaro cinza de bico preto
Com esforço levando a presa.
Em um mergulho certeiro
Após um vôo rasteiro rápido
Desceu ligeiro tático
E subiu todo faceiro.
O peixe atravessado no bico
De modo desproporcional
Apertado no torniquete forte
Dominado pelo pequeno porte
Se debatia infernal.
Sabia que não teria chance
Pois o almoço era o lance
Do destemido predador
O tranquilo Martim Pescador
Bicho pequeno e com jeito
Não deu corda pra manjuva
E ainda de lambuja
Teve plateia para o feito.
Todos observavam o furo
Do destemido Martim Pescador
No parapeito do muro.
Os passantes queriam ver o desfecho
Das peripécias do banquete
Daquele que estava causando furor.
Mas eis que um enxerido
Menino intrometido
Vai espreitar curioso
Aí o arisco pássaro
Se manda com sua presa
Para se deliciar sozinho
Longe dos olhos vizinhos
Daqueles que estavam a observar
A cena e o seu desfechar.
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