domingo, 1 de janeiro de 2012

PAZ E SOLIDARIEDADE



Me criei andando mais de 5 Km. para ir  à missa.
Era rezada em latim  e nós decorávamos todas as rezas  pois éramos crianças e crianças têm facilidade  para isso, mesmo não sabendo o significado.
Fomos  educados  a não olhar para trás  na igreja  pois se Jesus Cristo estava no altar  e nós estávamos ali para reverencia-Lo, não havia  então motivo  de se ficar “saçaricando” e conversando na igreja.
Quando  nos mudamos para Guaratuba, início dos anos 60, fomos morar em frente da praça, sendo só atravessá-la para se chegar a Igreja. Mas como já estávamos crescidos  e a preguiça tomou conta, era uma briga todo o domingo  para ir-mos à missa cujo horário das 9:30 era das crianças.
Apesar dos “transtornos”, quase não faltávamos. Rezávamos, cantávamos, e já bem mais sem vergonhas, olhávamos para trás e tagarelávamos o tempo inteiro para  infortúnio da catequista que queria estabelecer a ordem  e a disciplina no ritual que ainda era rezado em latim em um ambiente muito severo e rígido.
Hoje as missas são maravilhosas. Demonstram que existem várias maneiras de se reverenciar a Deus e a Seu Filho. Cantando, rindo, batendo palma, batendo o pé, dando voltinhas, se abraçando, cumprimentando, enfim, numa interação com o próximo  onde o amor se manifesta e a paz é exaltada. Uma paz  onde Cristo disse:” Eu vos dou a paz, Eu vos deixo a minha paz.”   
Não atinamos o verdadeiro sentido  desta paz assim como  não é fácil ser solidário. “Não se trata  apenas de distribuir favores  aos que necessitam. Ser solidário é algo mais profundo, envolve  emoções, intenções, e disposição. Imperfeitos que somos, temos os olhos voltados, na maioria da vezes para  nós mesmos, o que resulta em atitudes egoístas e intolerantes”.
“Se a solidariedade fosse praticada? Haveria uma dose extra de felicidade. A humanidade agiria em uníssono, cada pessoa buscando compreender, participar ajudar o próximo. Seriam retirados dos ônibus  os adesivos de “reservado para idosos”, pois deixariam de ser necessários. Na fila do banco não teria o caixa preferencial  para gestantes ou mães com crianças no colo. No fim dos jogos de futebol, as torcidas  se reuniriam e quem ganhasse pagaria a festa com discursos reconhecendo e elogiando a  bravura do adversário. Muitos confundiriam  solidariedade com educação, outros com respeito, ou com outros valores. Mas todos seriam mais felizes.”
“Somos seres relacionais: nascemos de uma relação profunda  com alguém que olhou para nós, nos acolheu e nos permitiu viver. A solidariedade exige a coragem de olhar para o outro, acolhê-lo e permitir-lhe a vida.”

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