Em meados de janeiro, início de fevereiro de 2005 vivenciamos quase três semanas de chuva. Neste período, puxamos o edredon, vestimos o moletom, fomos a praia de calça comprida, tênis e meias apenas para observar, só observar.
Vivenciamos chuviscos, chuvas finas e torrenciais.
Nossos cabelos foram desalinhados pelo vento forte que transformou as vagas do mar em ondas agitadas; que balançou os galhos das árvores e assobiou nos beirais dos telhados.
Nosso bronzeado adquiriu o tom difuso da pele e nossas cadeiras de praia, guarda-sol, maiôs e biquínis curtiram a paz que a chuva lhes proporcionou.
Ficamos empanturrados de tanto comer. Guloseimas não faltaram .
Lemos tudo o que nos caiu nas mãos. Assistimos tudo o que as locadoras ofereceram como lançamento ou estoque normal.
Esse recolhimento nos deu tempo para meditação, ordenar o guarda-roupa, varrer os pensamentos mantendo a cabeça limpa para a contemplação e valorização da vida.
Tivemos tempo de por o avental e ir para o fogão colocar em prática aquela receita que estava na gaveta aguardando a hora de se tornar um delicioso prato e ser degustado em minutos.
Imaginem, em plenas férias e nós as voltas com o fogão. Mas, observando a chama ardente tivemos tempo de divagar. Afinal tempo foi o que não nos faltou.
“Precisamos estar dispostas a arder. Arder de paixão, arder com as palavras, com as idéias, com o desejo de não importa o quê mas algo que apreciemos. E aí cozinhamos novas coisas, novos rumos de dedicação a nossa arte , nossos pensamentos originais. Sem o fogo, nossos anseios e desejos continuam crus e nos sentimos frustradas”
Já li que “todas as ações ligadas às “prendas domésticas” como, cozinhar, lavar, varrer, significam algo além do rotineiro. Todas essas imagens sugerem modo de se pensar na vida da alma; de avaliá-la, alimentá-la, nutri-la, corrigi-la, purificá-la e organizá-la”.
Aproveitemos então para “eliminar os entulhos que cercam nossas idéias e identificar a essência e a vitalidade; escolhendo, compreendendo e mantendo em ordem nossa vida”.
Afinal, o equilíbrio entre o corpo e a mente é a chave para uma vida mais saudável e feliz.
O que fizeram conosco três semanas de chuva na beira do mar, só comendo, bebendo e de papo pro ar!!!
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