Em terras tupiniquins, somos caiçaras. Por que ? Porque somos caboclos resultantes da liberdade, índole e bravura destes ancestrais com o desprendimento, espirito de aventura, desbravador e destemido do colonizador que aqui chegou e se instalou.
Quem é caiçara ? O pescador do litoral. O povo natural da beira mar. Praiano.
Ou pejorativamente é caiçara o ser preguiçoso, devagar, sem ânimo, anseios e vaidades. Que leva a vida de acordo com a “maré”.
Ser caiçara é sair para o mar pescar, trazer o sustento, se inteirar com o ambiente como parte dele. Saber que ao chegar em terra se é esperado, festejado e que o tempo passando rápido se torna devagar delineando assim o seu horizonte. Um horizonte sem muitas nuances, sem muitas projeções, pois as atividades são repetitivas, cotidianas e não exigem muita especialização, apenas aprender o que foi passado de pai para filho no decorrer da vida.
É caiçara aquele que vai para a roça; planta mandioca, banana, milho, arroz e, com técnicas artesanais transforma esta mandioca em farinha, ralando prensando, secando e torrando a massa em grandes tachos sobre fornalhas, numa atividade tão extenuante mas feita prazerosamente.
É caiçara aquele que vivendo a beira mar tem o privilégio de assistir ao espetáculo diário do sol nascendo e se pondo no horizonte transformando a água num brasio só que aos poucos torna-se um púrpura translúcido e deslumbrante.
Ser caiçara é presenciar o doce flutuar das aves que tiram do mar o seu sustento e em festa confraternizam com os pescadores em busca das sobras das iscas e peixes, circundando seus barcos num farfalhar de asas e alegres agrouros.
Assim como todos os povos têm o seu jeito de ser e se orgulham de suas características físicas, idioma e cultura, nós caiçaras também somos originais mesmo estigmatizados de “moles” e indolentes pois em “terras tupiniquins somos caiçaras”.
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